Na delegacia adolescente disse que arma era do pai, mas estava registrada como CAC de um atirador esportivo

Arma do crime estava registrado no CAC do pai do atirador. Matheus Ferreira/SVM

Por Mauro Utida

A cidade de Sobral, no Ceará, está abalada com um atentado com arma de fogo na Escola de Ensino Médio de Tempo Integral Professora Carmosina Ferreira Gomes. Na manhã desta quarta-feira (5), três adolescentes de 15 anos foram baleados por um colega de turma dentro de sala de aula.

A informação foi confirmada pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social de Sobral. De acordo com o órgão, um adolescente de 15 anos atirou contra três alunos da escola com uma arma de fogo registrada no nome de um CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador). Na delegacia, o adolescente disse que a arma era do pai.

As vítimas foram socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para a Emergência da Santa Casa de Misericórdia de Sobral.

 

 

Conforme depoimento na Delegacia de Sobral da Polícia Civil, o adolescente confessou que havia premeditado o ato após ser vítima de bullying. Logo após o crime, ele foi apreendido com a arma de fogo em sua casa pelo Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) da Polícia Militar do Ceará.

Vítima em estado grave

A Santa Casa de Sobral informou que duas vítimas tiveram lesão na cabeça. Um deles está internado em estado grave e o outro encontra-se estável. Já o terceiro adolescente foi atingido na perna e está sendo avaliado pela equipe de traumatologia.

Caso acontece uma semana depois de ataque em escola da Bahia

O caso em Sobral acontece uma semana depois de um adolescente de 14 anos ter invadido uma escola na cidade de Barreiras, no oeste da Bahia, e matado uma aluna cadeirante ao atacar estudantes e professores. O adolescente havia anunciado e narrado o crime nas redes sociais, dias antes, com bastante detalhamento o que vinha planejando para o dia da ação, que incluía um massacre aos colegas. A tragédia terminou com o estudante baleado e apreendido pela polícia.

O pai do jovem, que é policial militar, prestou depoimento e disse que o revólver dele ficava escondido em casa e não acreditava que o filho soubesse onde ela estava.

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