Ação conjunta irá debater medidas de prevenção de casos de racismo e mecanismos de regulação para companhias aéreas

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Durante um evento em Salvador (BA) na quarta-feira (3), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, anunciou a colaboração entre a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e diversos ministérios, incluindo o da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e Cidadania, das Mulheres e de Portos e Aeroportos. Juntos, eles irão debater medidas de prevenção de casos de racismo e mecanismos de regulação para companhias aéreas, a fim de evitar que atos de racismo se repitam.

De acordo com a pasta da Igualdade Racial, a Anac foi notificada para adotar medidas de combate e prevenção de casos de racismo, bem como para apurar episódios praticados por agentes de empresas aéreas. A ministra Anielle Franco compartilhou que eles terão uma reunião para pensar em ações concretas junto com as empresas, a fim de garantir um tratamento mais justo e igualitário às pessoas, com um importante “letramento racial”.

Durante o evento, que ocorreu para renovar o Plano de Ação Conjunto Brasil-EUA para Eliminar a Discriminação Racial e Étnica e Promover a Igualdade (Japer), a ministra fez referência ao caso de Samantha Vitena, uma professora negra que foi expulsa de um avião da Gol e acusou a companhia aérea de racismo. Anielle também relembrou um episódio semelhante sofrido por sua irmã, Marielle Franco, com a mesma empresa.

Samantha Vitena

Em 28 de abril, Samantha Vitena foi expulsa de um voo da Gol por se recusar a despachar uma mochila com um notebook dentro. A professora afirmou que a mochila se enquadrava como artigo pessoal e que poderia ser armazenada dentro da aeronave, mas teve o pedido ignorado pelos comissários quando precisou de um lugar para guardá-la no bagageiro. Agentes da Polícia Federal foram chamados para retirar a professora a pedido do comandante da aeronave, que alegou que ela estaria causando risco à segurança do voo.