Paralização começou no último dia 2, após fracasso nas negociações com os grandes estúdios da indústria
Foto: Chris Pizzello/Reuters
Após aprovarem uma greve em prol de melhorias em suas condições de trabalho, o Sindicato dos Roteiristas da América (Writers Guild Of America) iniciou, na última terça-feira (2), uma greve por não terem obtido sucesso nas negociações com os grandes estúdios hollywoodianos. A paralisação afeta diretamente a gravação de programas de TV diários, assim como produções que estão em curso.
Uma das principais reivindicações dos profissionais era o aumento de salário que, segundo o Sindicato, recebeu propostas “totalmente insuficientes” pelos estúdios, como diz o comunicado oficial do WGA. Nos últimos anos, os streamings aumentaram o volume de produção de séries mas reduziram a quantidade de episódios, fazendo com que os profissionais ganhassem menos.
Outro ponto que está em negociação é o uso de inteligência artificial (IA). O Sindicato quer uma garantia para que os estúdios não usem o recurso para criar roteiros a partir de trabalhos anteriores, ou que os escritores revejam rascunhos criados por IA.
De acordo com a RFI, a mobilização tem como consequência a interrupção de programas diários de sucesso, como os “late-night shows”, apresentados por nomes como Jimmy Fallon e Stephen Colbert. Séries de TV e filmes que deveriam estrear esse ano também serão afetados. Até o momento, o Sindicato dos Roteiristas não indicou uma previsão para o fim da greve.
A última greve do Sindicato dos Roteiristas aconteceu em 2007, durando 100 dias. A paralisação causou um prejuízo de mais de 2 bilhões de dólares para a economia da Califórnia – a maioria dos profissionais vive em Los Angeles e Nova York.
Apoio da classe artística
Alguns artistas estão se posicionando a favor da greve, como forma de apoiar seus colegas de trabalho. Segundo a Quem, a atriz Cynthia Nixon, de “Sex and the City”, foi vista em protestos que aconteceram em Nova York, assim como os atores Rob Lowe e Josh Gad. À Variety, Elizabeth Olsen, de “Wanda Vision”, reforçou a importância das paralizações para melhorias na indústria audiovisual norte-americana.
“Precisamos reimaginar estruturalmente como pessoas de todos os níveis podem continuar ganhando a vida agora que temos esses serviços de streaming”, disse.
Atores como Amanda Seyfried, John Leguizamo e Brian Tyree Henry também declararam apoio à greve dos roteiristas.
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