Chico Salem lança ​Só Que Não, clipe-manifesto que contrapõe o Governo Federal

Com participação de Arnaldo Antunes, o filme utiliza ironia para abordar questões sociais que foram pauta no primeiro ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro

Contrariando a velha máxima de que “futebol, religião e política não se discute”, o cantor, compositor e multi-instrumentista​ Chico Salem tonifica a relação entre arte e política em seu novo single, que chega com um clipe-manifesto. Em “​Só Que Não”, o artista questiona supostas conquistas do atual governo e entrega um filme que instiga o público a refletir sobre autoritarismo, desmatamento, nepotismo, manipulação e outros temas pertinentes a atual configuração do Governo Nacional.

Permeado por um tom ácido e irônico, o vídeo dirigido por Tiago Soban ostenta a irreverência do artista. Instigado pela obra e energia de Raul Seixas, depois de um ano dedicado a homenagear o eterno maluco beleza no projeto “Raul Vivo”, Chico dá seus próprios contornos ao espírito provocador para evocar resistência artística. “O jeito ácido e certeiro com que Raul falava das coisas acabou me inspirando a contar as ‘boas novas’ que vinham acontecendo no país, contrapondo com uma expressão irônica”, comenta o artista.

Com elenco estrelado por artistas como a drag queen Rita Von Hunty e o cantor Arnaldo Antunes – com quem Chico trabalha há 20 anos como membro de sua banda -, a produção inspira coletividade desde os bastidores. “Foi um luxo contar com uma equipe de mais de 150 voluntários, incluindo artistas como Arnaldo Antunes e Rita Von Hunty. Um coro endossado por uma força coletiva gigante. E um só propósito: gritar!”, declara o compositor. Ele recorreu a um circo como cenário para ilustrar a sua visão do cenário político atual.

O antagonismo aos temas levantados na produção audiovisual ganha ainda mais força com a festa de lançamento do clipe-manifesto, que acontece na Ocupação 9 de Julho com pocket show do artista. Além da apresentação do cantor e compositor, Luiza Erundina é uma das convidadas. Ela debate sobre os temas que conduzem a narrativa do registro audiovisual em uma roda de conversa. “Esse manifesto traz um grito preso na garganta de todos os envolvidos”, conclui Chico.