Foto: Reprodução / TV Globo

Desde a sua entrada nesta edição do Big Brother Brasil, Vyni teve sua participação sob grandes expectativas. Não à toa é o integrante que mais ganhou seguidores no dia do anúncio do elenco da edição 2022. Quem esperava entretenimento, pode ter se frustrado já que Vyni revelou um perfil retraído.

Natural de Crato, no Ceará, ele revelou sua homossexualidade à família pouco tempo antes de entrar no programa. Seu humor e sua amizade com Eliezer estiveram sob amplo julgamento, especialmente entre a própria comunidade LGBT+. Há quem visse no participante uma dependência amorosa chegando a palavras como humilhação e solidão. Outros comentários sobre sua participação vieram recheados de homofobia e preconceito.

Na semana em que se definiu sua entrada no paredão, que certamente o levaria à porta de saída do programa, muitos ativistas LGBT escreveram em defesa de Vyni – não pela sua permanência no BBB, mas contra uma onda LGBTfóbica que não perdoa até mesmo quem acaba de sair do armário. Para isso, muitas vivências foram compartilhadas e até mesmo cartas foram escritas e direcionadas diretamente a Vyni.

Diego Mesquita, autor do perfil Diego do Subúrbio, foi um deles. “Ser uma pessoa Negra LGBTQIA+ nesse mundo é carregar uma complexidade de camadas que nos coloca na mira das violências e nas margens e margens dessa sociedade”, escreveu para Vyni. “Quando você disse que até hoje nos seus 23 anos, nunca namorou, eu automaticamente lembrei do Diego que deu o seu primeiro beijo aos 19 anos. Um Diego preso as amarras do medo gerados por todo o contexto de opressões que o cercavam”.

Ele compartilha sobre a amizade com um amigo hétero almejada em um contexto em que a maioria de outros homens se revelam agressores e homofóbicos. “Você não é chaveirinho de hétero ou de branco, apenas um jovem que ainda está no processo e carrega dores que podem se assemelhar com outras pessoas Negras LGBTQIA+”.

Para Renan Wilbert, do perfil Igreja de Santa Cher, Vyni “tem momentos inconvenientes e até forçados, mas tudo isso, pelo menos para mim, é como uma tentativa desesperada de agradar e ter atenção que talvez tenha faltado em sua vida”, escreveu. “Então, por mais que eu sinta vergonha alheia, não consigo sentir raiva, só pena. E uma provável eliminação dele na terça dia 15 seria mais uma libertação dele desse ciclo do que uma punição”.

“Eu tô cansado de ver o hate desproporcional que o Viny tá recebendo e por isso gostaria que ele saísse”, escreveu o ativista Spartakus Santiago em sua conta no Twitter. “Assim ele vai parar de fazer VT, de se humilhar pelo Eli, vai ser muito bem recebido aqui fora e ainda vai descobrir que é seguido pela Anitta”. A própria cantora escreveu que deixaria Vyni tropeçar em seu palco.

Priscila Siqueira, do perfil Vale PCD, escreve que Vyni “tem muito a crescer buscando autoconhecimento, autoapoio, aprendendo a se colocar como protagonista da própria história”, e pede acolhimento na sua saída.

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