Damares confirmou que avião pertence à igreja Quadrangular do Pará, liderada pelo pastor Josué Bergston, ex-deputado federal e tio da senadora

Foto: Montagem/Agência Brasil/Polícia Federal

A senadora bolsonarista Damares Alves (Republicanos), ex-ministra da Mulher e da Família, confirmou que a Polícia Federal (PF) apreendeu um avião pertencente à igreja Quadrangular do Pará, transportando 290 kg de maconha. O líder religioso do grupo é o pastor Josué Bergston, ex-deputado federal e tio de Damares.

Conforme relatado pelo jornal O Globo, em comunicado, a senadora declarou que tomou conhecimento do incidente “através da imprensa” e que entrou em contato com sua família, sendo informada de que a denúncia à Polícia Federal sobre a carga suspeita na aeronave partiu dos responsáveis pelo avião, ou seja, da própria igreja.

A apreensão ocorreu no Aeroporto Internacional de Belém, no último sábado (27), dentro de um hangar utilizado para voos particulares. A Polícia Federal prendeu em flagrante o indivíduo responsável por transportar a droga, momentos antes da decolagem do monomotor. Apesar da tentativa de fuga, o suspeito foi capturado.

A maconha ocupava todo o espaço disponível na aeronave, além dos assentos destinados a um passageiro e ao piloto. O piloto não foi detido, uma vez que não foi encontrada sua participação no crime. A aeronave foi apreendida, juntamente com o celular do suspeito.

A Igreja Quadrangular do Pará, em declaração ao G1, afirmou que um trabalhador terceirizado responsável pela limpeza da aeronave teria acessado o avião sem permissão no dia anterior. Segundo a igreja, esse indivíduo abordou o piloto para transportar “algumas peças de trator para uma cidade no interior”. A origem da droga, de acordo com a instituição religiosa, é desconhecida.

O filho de Josué, Paulo Bengtson, revelou ao portal que a aeronave é utilizada para transportar pessoas doentes em casos de necessidade.

Josué Bengtson ocupou o cargo de deputado federal por quatro mandatos, sendo eleito pela primeira vez em 1999 e permanecendo até 2007. Em 2011, ele se candidatou novamente e foi reeleito, exercendo seu mandato até 2019.

Em maio de 2018, Josué foi condenado pelo Ministério Público Federal (MPF) por enriquecimento ilícito através do esquema de desvio de recursos da saúde conhecido como ‘máfia das ambulâncias’ ou ‘escândalo dos sanguessugas’. Sua condenação resultou na perda do mandato, suspensão dos direitos políticos por oito anos e pagamento de aproximadamente R$ 150 mil em multas e devolução de recursos.