Gestos como o dos “Panteras Negras” Tommie Smith e John Carlos em 1968 estão proibidos. Foto: Bettmann / Getty Images

Por Davi Vasconcelos Santos para Cobertura Colaborativa NINJA Esporte Clube

O Comitê Olímpico Internacional (COI) divulgou em 2 de julho uma nova edição da regra 50.2 da Carta Olímpica, após recomendação da Comissão de Atletas, onde 3500 atletas foram consultados. A nova regra diz que os locais de competição, como os campos de futebol e o Shiai-jo onde as lutas de Judô serão realizadas, são permitidas as manifestações antes das competições. Isto é, na entrada do campo ou quando os atletas forem chamados para suas provas. Protestos durante a festa do pódio e no decorrer da execução de hinos nacionais, como o ajoelhar dos atletas na NFL e NBA, contra pessoas específicas – como a tag #bolsonarogenocida – e contra países estão proibidos pelo COI.

Uma relação simbiótica na biologia, mais especificamente do mutualismo obrigatório, vemos que é uma relação entre espécies diferentes em que elas não podem viver uma sem a outra e os resultados desta relação são benéficos para ambos. Mas o que isto tem a ver com George Floyd e Lewis Hamilton? A primazia, nada, mas se houver uma grande reflexão dentro de cada ser humano e acompanharmos as redes sociais e alguns jornais, chegamos a um denominador comum: a pauta antirracista nos esportes e principalmente na maior festa, as Olimpíadas.

Apesar da abertura dada pelo COI aos atletas, a entidade ainda busca isenção pelas eventuais manifestações que ocorrerão em Tóquio, contudo as Olimpíadas precisam desta mensagem em todos os seus momentos, seja nos pódios, seja antes e depois das competições. Principalmente a pauta antirracista, pois infelizmente tivemos um novo caso de racismo contra o heptacampeão mundial de Fórmula 1, Lewis Hamilton, após um incidente de corrida contra Max Verstappen, piloto da Red Bull e rival de Hamilton na temporada, no Grande Prêmio da Inglaerra, realizado no histórico circuito de Silverstone.

Portanto, o legado deixado por George Floyd na luta por um mundo mais justo e abraçada veementemente por Lewis Hamilton, posteriormente apoiado pela Fórmula 1, precisa ser apoiado e divulgado por todos. Antes que digam que é “mimimi” devemos pensar que nossas dificuldades e dores não são as mesmas e como Jesus nos ensinou devemos amar e ter empatia pelo próximos, para isso, no mundo de hoje, globalizado, das e cheio de câmeras, é necessários que o esporte assuma o papel de precursor na discussão das desigualdades sejam elas onde for, seja no pódio, seja nas entrevistas, as desigualdades precisam ser denunciadas e as Olimpíadas precisa se tornar o ambiente acolhedor e livre para que a luta por um mundo melhor possa ser integrada ao legado olímpico de Tóquio.

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