Intérprete, compositora e drag queen natalense (RN) sobe ao palco da casa paulista no dia 30 de junho
Foto: Gabriel Greiner
Uma das parcerias mais frutíferas e duradouras da noite de São Paulo, a Noite Fora do Eixo, projeto da Mídia NINJA que fomenta a música independente e promove a circulação de artistas e bandas por cidades brasileiras, com curadoria do time Fora do Eixo e SOM – Sistema Operacional da Música, apresenta Potyguara Bardo no Studio SP, dia 30 de junho, às 22h. A Noite Fora do Eixo combina o intuito do Studio SP de estabelecer uma plataforma de lançamentos da música brasileira no Baixo Augusta com a democratização do acesso à cultura, que está no cerne do coletivo por trás da Mídia NINJA e diversos outros projetos.
Morando atualmente em São Paulo, a intérprete, compositora e drag queen natalense (RN) é uma das cantoras mais cultuadas da cena LGBTQIA+. Potyguara Bardo é a persona performática da multiartista que canta, atua, dubla e compõe. Natural do Rio Grande do Norte, inspirou-se em Rupaul’s Drag Race. Seu nome explica suas origens: Potyguara vem da etnia indígena Potiguara e Bardo vem do livro “A Experiência Psicodélica”, de Timothy Leary.
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Em 2018, aos 22 anos de idade, Potiguara estreia com o impactante disco “Simulacre“, após uma imersão junto à incubadora de artistas DoSol. No álbum, a jovem drag queen apresenta a mistura viva que encarna em seus espetáculos, entre a ancestralidade, o pop e um experimentalismo que borra as fronteiras entre eles. “Meu som é uma viagem pelos aspectos que formam a personagem que a vida, com uma ajudinha minha, veio a moldar”, define.
Despertou para seu talento performático já na infância. “Desde criança eu queria ser artista, mas em Natal, sendo uma criança gorda e afeminada, nunca pensei que teria futuro na área”. Na faculdade, estudante de Tecnologia da Informação, e após uma fase depressiva, uma experiência psicodélica a fez repensar radicalmente seus rumos: “Comecei a me perguntar o que eu estava fazendo e se isso orgulharia meu eu criança. Resumindo: abandonei o curso e decidi usar peruca”.
Uma das principais apostas da música brasileira contemporânea, Potyguara ainda precisaria percorrer um longo caminho entre se assumir drag e se encontrar como artista: “Inicialmente, achei que seria através da atuação. Mas após alguns anos fazendo laboratório no palco, dublando músicas e exercitando meu lado ator, decidi colocar minha voz de forma mais direta no mundo, e em 2017 lancei o single Você Não Existe, que culminou na gravação do meu primeiro álbum”.
Seguindo a trilha de sucesso aberta por artistas como Pabllo Vittar e Linn da Quebrada, Potyguara Bardo se propõe a alargar ainda mais o campo de possibilidades, sejam artísticas ou identitárias, da música brasileira: “A música, para mim, como a arte no geral, é um playground onde a criança dentro de mim pode brincar de criar”, conclui.
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