Matheus levou um tiro por causa de um cupom de desconto. Foto: reprodução TV Globo

Matheus Carvalho, de 21 anos, teve a vida transformada por causa de R$ 4.

Em entrevista ao Fantástico, Matheus falou pela primeira vez sobre o tiro que levou enquanto atendia um bombeiro no McDonalds onde trabalha, no Rio de Janeiro.

Paulo César de Souza Albuquerque é bombeiro militar do Rio de Janeiro e ao passar nos drive-trhu na madrugada de 9 de maio, atirou em Matheus.

Matheus conta que era por volta de duas da manhã quando Paulo estava no carro aguardando e já parecia impaciente, buzinando muito para o carro da frente.“Falei ‘vou tratar ele bem, dar um bom-dia como eu faço com todo mundo, botar um sorriso no rosto pra amenizar a situação’. Aí ele: ‘a promoção do Big Mac.’ Depois que eu finalizei a compra, ele mostrou o cupom”, conta o jovem.

Como o cupom tem que ser registrado antes de finalizar a compra, Paulo partiu pra cima de Matheus.

“Foi uma coisa muito fútil, cara. Se ele esperasse um minuto eu ia chamar o gerente, ele ia bater o cupom. Ele ia levar o que ele queria. Se eu não me engano o cupom dá uma diferença de R$ 4. Eu levei um tiro por causa de R$ 4”, diz Mateus.

Matheus foi baleado, perdeu o rim esquerdo, teve também o intestino grosso atingido e a bala se alojou nas costas.

O bombeiro foi preso preventivamente na sexta-feira, 20. Ele disse em depoimento que atirou acidentalmente em Matheus depois de levar um soco. Ele será julgado por tentativa de homicídio duplamente qualificado.

Matheus vai passar por outra cirurgia em dois meses para retirada da bolsa de colostomia que agora usa. A lanchonete McDonalds disse em nota que está dando todo suporte a família de Matheus.

A defesa do bombeiro alega que não há motivos para a prisão preventiva, mas no dia em que atirou em Matheus, Paulo dirigia uma Mercedes sem placa.

“A gente vai abrir uma nova investigação pra tentar entender a origem desse patrimônio, que aparentemente é incompatível com o cargo que ele exerce, ele é sargento do Corpo de Bombeiros”, diz o delegado.

O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro informou que Paulo César está afastado da corporação e que ainda pode ser expulso.