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Por Rebeca Binda para @ninja.foto

Durante meu tempo no Brasil tive o prazer de passar algum tempo com incríveis jovens artistas do grupo de dança urbana @gruposoulguetto.

Eles são de um bairro chamado Taquaril, na zona leste de Belo Horizonte. Inclusive, a saúde, a segurança e a qualidade de vida das pessoas que vivem no Taquaril estão sob enorme ameaça após a aprovação de um pedido de licença de mineração da Taquaril Mineradora SA (Tamisa). Infelizmente parece impossível falar do nosso Brasil e não se esbarrar com a exploração predatória realizada em nossas terras – mas volto pra gente conversar mais sobre a questão do  #tiraopédaminhaserra (da um pulo na #!).

A boa notícia é que o grupo @gruposoulguetto passou na seletiva do Festival Internacional de Hip-Hop @fih2oficial na categoria Sênior e Avançado . Lá, o grupo não representará apenas a periferia e Belo Horizonte, mas também Minas Gerais. Até então eles não têm nenhum patrocínio e estão arrecadando suporte para participar do festival. Além dos custos de viagem, há a taxa de inscrição, fantasias e hospedagem. Como forma de fazer a participação deles acontecer, decidiram movimentar as ruas do centro de BH com ritmo, batidas e dança. Ao dançar para pedestres, carros e motos que cruzam as ruas, eles pretendem encontrar formas de custear a participação no festival. Como eles mesmo dizem: “com a dança escreveremos um futuro diferente”.

Tenho estudado o engajamento social através da fotografia (@_termsofengagement_ ) e entre discussões e tentativas de “Retratar os outros de forma correta” (“Getting Other Right), texto maravilhosamente escrito por @_tejucole  , sempre questionei se a verdade de uma determinada comunidade é melhor documentada quando registrada por alguém “de dentro”.

Anda em busca de respostas a essa pergunta, durante nosso tempo juntos tive a chance de viver isso em primeira mão quando entreguei minha câmera ao @_jordanbryan , @neemiascm and @kevenberifor … e ví todas as reservas, timidez, apreensão se dissiparem enquanto eles tiravam fotos uns dos outros.

Confira algumas das fotos tiradas por eles e por mim:

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Rebeca Binda é fotógrafa documentarista brasileira e pesquisadora independente cuja prática consiste principalmente em projetos de longo prazo que investigam a relação entre justiça ambiental, ecocídio e os legados da colonização. Concentrando-se em áreas há muito exploradas por operações de mineração, ela documenta as consequências e os riscos à saúde ambiental causados por uma atividade tóxica que corta seu caminho através de paisagens em mudança.