Em São Paulo, debate fala sobre educação pública e garantia de liberdade de expressão para professores

Foto: Mídia NINJA

A Câmara Municipal de São Paulo recebeu hoje o evento “ESCOLA SEM CENSURA E A EDUCAÇÃO QUE QUEREMOS”, promovido pela vereadora Sâmia Bonfim (PSOL), e que contou com a participação de estudantes secundaristas, universitários, professores e ativistas, entre eles Rafaela Boani, que participou da primeira ocupação de escola no Brasil, Lisete Arelano, Professora da Faculdade de Educação da USP, Naiara Rosário, da Rede Emancipa de Educação Popular, Marcelo Rocha, ativista e fotógrafo, e Zezé, do Núcleo de Consciência Negra.

O debate tem em pauta o Projeto de Lei “Escolas Livres” que, de acordo com a vereadora, garantirá a liberdade pedagógica do professor em sala de aula. O PL é uma resposta à outra proposta, Escola Sem Partido, do vereador Fernando Holliday (DEM).

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“Há quem interessa esse movimento?”, questiona Lisete Arelano. “Na prática, não interessa para esse governo que a juventude discuta política, por isso o primeiro passo deles ao assumir foi congelar vagas em universidades públicas”, afirma.

Arelano chamou atenção para a negociação que ocorreu entre deputados federais, da chamada Bancada Evangélica, e o Ministério da Educação, para a retirada de identidade de gênero na Base Nacional Comum Curricular, documento que norteia toda a educação básica no país. “Neste domingo 3 milhões de pessoas foram à Parada Gay. Quando vocês viram isso, o que falaram? Eles não existem? Não podem? São doentes?”, ironizou a professora.

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“Eles [Governo] sabem o que significou e a força desse laboratório que foram as ocupações, por isso construiram esse Projeto”, afirmou Sâmia Bonfim, sobre o levante de ocupações de escolas públicas entre 2013 e 2016.

Estudante da primeira escola a ser ocupada, Rafaela Boani enfatizou a dificuldade do estudante de ingressar em universidades públicas. “O que aprendemos na escola pública é suficiente para passar no vestibular? Enquanto tem gente passando rápido na USP, outros não tem o que comer”. E destacou o caso da sua cidade: “Em Diadema, o kit com uniforme e material escolar só chegou há duas semanas para o alunos, ou seja, muitos que não tem o que calçar e não receberam, acabaram ficando sem estudar, porque não os deixam entrar descalços”.

“Se tiver que ocupar de novo, nós vamos”, disse Boani. “Já que vocês propuseram, está na hora de começar de novo”, respondeu a professora Lisete Arelano.

Confira o debate na íntegra: