O Lab Negras Narrativas chega a Belém abrindo espaço para que pessoas de diversos estados da Amazônia possam contar suas histórias através do audiovisual

Foto: Amarilis Marisa

O Lab Negras Narrativas é uma iniciativa da APAN (Associação de Profissionais do Audiovisual Negro) que desde 2016 fomenta o encontro e fortalecimento de projetos e carreiras de realizadores negres no Brasil e, nesse ano, está realizando sua primeira edição na Amazônia, em Belém do Pará.

Durante o mês de fevereiro o Lab esteve com inscrições abertas para os produtores audiovisuais negres da Amazônia que tivessem um projeto, uma ideia de filme ou série, para que pudessem receber mentorias de profissionais de diversas áreas do cinema que são referência de audiovisual no país.

“Nos últimos anos a participação da Região Amazônica no mercado nacional de cinema registrou um crescimento de mais de 50%. (…) Existe um mercado emergente e com grandes possibilidades de crescimento, mas que precisa ser incentivado, aquecido, estruturado e aprimorado com a valorização do profissional da região, principalmente profissionais negros e da Amazônia.” conta Melina Bomfim, coordenadora de formação do LAB.

Agora no mês de abril, após a seleção de diversos profissionais de diferentes estados da Amazônia, as mentorias estão ocorrendo e os projetos estão tomando forma. Além das mentorias com os selecionados, durante a primeira semana do mês, o LNNA oferece oficinas totalmente gratuitas e abertas ao público, desde escrita de roteiros até como dirigir um filme.

“Eu acredito que é uma possibilidade de entender como viabilizar os projetos e também ter acesso a formações que às vezes você não tem acesso como por exemplo na localidade onde eu estou que é Manaus. Então ver o audiovisual ser aplicado na prática e ao mesmo tempo a uma lógica que é específica para pessoas negras é muito potencializador” afirma Ane Oipasam, uma das participantes selecionadas para a mentoria.

A iniciativa é um importante passo para amplificar as vozes de pessoas negras da Amazônia através do cinema, contando histórias criadas e pensadas por pessoas da região que por muito tempo não receberam o incentivo necessário mas que mesmo assim seguem criando e difundindo o audiovisual brasileiro.