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Na noite dessa terça a conta de Instagram de Luciano Hang, dono das Lojas Havan e apoiador declarado de Jair Bolsonaro, foi bloqueada. Ao acessar o endereço é possível ver a mensagem “Perfil restrito. Este perfil não está disponível na sua região” e uma explicação da plataforma dizendo que “Recebemos uma solicitação legal para restringir este conteúdo”.

Hang, junto a outros sete empresários bolsonaristas, foi alvo de operação realizada pela Polícia Federal nessa terça-feira. Além dos mandados de busca e apreensão, o ministro do STF Alexandre de Moraes também determinou a quebra dos sigilos bancários e telemáticos dos alvos, além do bloqueio de contas em redes sociais. O dono da Havan também teve celular recolhido pela PF.

A operação faz parte do chamado inquérito das milícias digitais e investiga mensagens enviadas em um grupo de WhatsApp em que empresários defenderam um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de outubro de 2022. As mensagens foram reveladas pelo colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles.

Empresários golpistas

As investigações dos empresários está sendo feita no âmbito do inquérito que investiga milícias digitais suspeitas de atuar contra as instituições e a democracia e foi autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. As buscas desta terça-feira foram feitas em endereços de oito empresários em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará. Entre os alvos estão:

  • Luciano Hang, da Havan
  • José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan
  • Ivan Wrobel, da Construtora W3
  • José Koury, do Barra World Shopping
  • André Tissot, do Grupo Serra Meyer Nigri, da Tecnisa
  • Marco Aurélio Raimundo, da Mormai
  • Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu.

A coluna do portal Metrópoles revelou, na última quarta-feira (17), que empresários bolsonaristas passaram a defender abertamente um golpe de Estado caso Lula seja eleito em outubro, derrotando o atual presidente Jair Bolsonaro (PL).

“A defesa explícita de um golpe, feita por alguns integrantes no grupo de WhatsApp Empresários & Política, criado no ano passado, se soma a uma postura comum a quase todos: ataques sistemáticos ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a quaisquer pessoas ou instituições que se oponham ao ímpeto autoritário de Jair Bolsonaro”, informou o colunista Guilherme Amado, que tem acompanhado há meses as mensagens.