Artistas, estudantes, intelectuais e pessoas comuns. Todos estavam sujeitos a serem declarados perigosos e serem perseguidos. Qualquer pessoa, assim como hoje, poderia ser o inimigo do regime.

A execução de Marielle anunciou a ascensão do Estado-milícia, mas também um novo ativismo.

A cultura das milícias que matou Marielle é a mesma da família Bolsonaro.

Perdemos as eleições por fatores múltiplos e complexos, mas também por não saber renovar a linguagem. E ninguém tem a fórmula.

Alguém tem que explicar para a Ministra da Disney que no Brasil são os príncipes que matam as princesas! Somente no século XIX ela poderia implementar essa política revolucionária: homens levam flores e abrem a porta do carro ou das carruagens para as mulheres!

Bolsonaro e seus mentores parecem desconhecer o básico do carnaval: deboche, ironia, inversão, humor, fazer em público o que se esconde no privado, liberdade. Maior tecnologia de catarse e beleza desse país.

Esse ethos classe média e moralista dos almoços de domingo e da família conservadora foram tornados políticas públicas e políticas de perseguição e ódio as diferenças.

Como milhares de pessoas participei de todas as campanhas de Jean Wyllys com empolgação e entusiasmo desde que apareceu na cena política, como o primeiro parlamentar brasileiro a se assumir gay e travar todas as lutas contra o obscurantismo.

Uma mulher cheia de baratas deitada no chão causa um choque que admirar um torturador assumido não causa. Porque?

O Capitão chegou! Mas o Mito tem pés de barro. A vacuidade nos discursos de posse de Bolsonaro é impressionante. Em ritmo de memes do whatsapp. A expressão mais repetida é "sem viés ideológico", tendo sido por um viés ideológico de extrema-direita, de ataque ao humanismo e mesmo ao liberalismo.