Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Publicado originalmente em Human Right Watch Brasil

O aumento da criminalidade violenta, dos tiroteios em comunidades pobres, dos homicídios causados por ação policial e dos homicídios de policiais nos últimos anos mostra uma deterioração muito grave da segurança pública no Rio de Janeiro.

No entanto, a decisão de colocar um general do exército no comando das polícias civil e militar do Rio de Janeiro é bastante preocupante. O Rio de Janeiro precisa aperfeiçoar a atuação da polícia e, para isso, precisa de um especialista em polícia, não um especialista em guerra. A abordagem da segurança pública como um problema militar, baseada em operações militares nas favelas, vem fracassando há décadas, causando uma enorme perda de vida de moradores e policiais e exacerbando os problemas de violência no Rio.

Ademais, a atuação de membros das Forças Armadas em operações de policiamento é problemática uma vez que estes são treinados para o ‘combate ao inimigo’, para a guerra, não para o trabalho policial. Além disso, uma lei de outubro de 2017 que afasta os membros das Forças Armadas do julgamento em tribunais civis quando cometem execuções é uma receita para a impunidade.