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Uma denúncia envolvendo perseguição e importunação sexual de um professor da Universidade do Estado do Ceará (Uece) veio à tona no início desta semana. O assédio teria começado quando a vítima, hoje professora de História, era graduanda do curso na Uece. Ela se formou em 2017 e recentemente o professou teria voltado a importuná-la, desta vez nas redes sociais.

Conforme os registros de mensagens que ela usou para denúncia, o agressor mandava várias mensagens privadas no Instagram da vítima, respondendo aos seus stories com frases de cunho sexual como “quero beber-te todinha”, ou “Estou com tanta vontade de beber a tua xox*** que você nem avalia”.

A ex-aluna conta que ele chegou a ousar fazendo comentários públicos em suas publicações, envolvendo até mesmo o filho de sete anos. O professor teria comentado em uma foto do garoto: “nosso filhinho”. “Isso gerou uma situação terrível porque a avó paterna do menino veio me questionar quem era aquele homem. Queria saber o porquê de ele chamá-lo daquele jeito”.

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De acordo com o UOL, que teve acesso às mensagens, a vítima respondeu ao professor após a insistência: “não sei o que se passa na sua cabeça em achar que eu gosto desse tipo assédio” e o bloqueou nas redes. No entanto, conforme a vítima, o professor passou a enviar mensagens a seu irmão e sua mãe para pedir o contato dela. Ela resolveu então formalizar a denúncia.

A mulher afirmou que acionou a ouvidoria da Uece. Procurada pelo G1, a universidade afirmou que não tinha conhecimento de nenhuma acusação envolvendo o professor. Ao Uol, a ex-aluna disse que fez prints da denúncia que formalizou junto à ouvidoria no dia 29 de março e inclusive recebeu o e-mail em retorno. A Universidade, no entanto, afirmou que só soube da denúncia no sábado (2). Nesta data, a denúncia havia sido publicada no G1.

“Busquei a delegacia por perceber que, pela instituição, ele ficaria impune”, contou a vítima ao UOL. “Eu me sinto machucada. É uma violência muito grande”.

Ela fez o registro do boletim de ocorrência (BO) na Polícia Civil na quinta-feira (31) e entregou os prints de mensagens de cunho sexual. O caso foi registrado em uma das Delegacias de Defesa da Mulher no interior do Ceará.

Nesta segunda-feira (4), sem nenhum retorno da Polícia Civil sobre o caso, ela disse que voltará à delegacia para entregar novas provas e outros prints das mensagens que recebeu do professor. Ela também continua aguardando uma resposta da universidade. “Eu espero sinceramente que a Uece não tolere”.

“Nunca fui tocada por esse homem, mas eu me sinto violada. E o medo é grande. Não consigo sair de casa sozinha. Não tem como não temer. Por que um homem maduro, com estudo, foi capaz de fazer tudo isso?”, ela disse ao Universa (UOL).

A Polícia Civil informou que investiga a denúncia.