Bolsonaristas assumem responsabilidade por atentado contra o deputado federal Paulo Guedes (PT) em Montes Claros e alertam “foi só o começo”

Duda, Andréia e Paulo Guedes sofreram novas ameaças. Foto: Reprodução

Por Mauro Utida

Um grupo intitulado Comando de Caça aos Comunistas de Minas Gerais fez ameaças à vida das candidatas Duda Salabert (PDT), Beatriz Cerqueira (PT) e Andréia de Jesus (PT), informando que o atentado em Montes Claros, contra o deputado federal e candidato a reeleição Paulo Guedes (PT), no último domingo (25), “foi só o começo”.

“Seus dias estão contados. E serão poucos”, escreveram em e-mail enviado, nesta terça-feira (27), para a candidata a deputada federal Duda Salabert, vereadora mais votada da história de Belo Horizonte e a primeira mulher trans a ser eleita na cidade.

Duda tem sofrido ameaças desde que se tornou vereadora em BH e atualmente anda escoltada pela Guarda Municipal, concedida pelo prefeito Fuad Noman. Mesmo com toda intimidação, Duda continua a todo vapor na campanha à Câmara dos Deputados.

O atentado citado pelo grupo neonazista foi realizado por um policial militar bolsonarista à paisana que atirou três vezes no carro de som onde o deputado Paulo Guedes estava. Felizmente, ninguém foi atingido. O PM apoiador de Bolsonaro foi identificado e indiciado por tentativa de homicídio.

Guedes cobrou providências do governador Romeu Zema (Novo) por se tratar de um segundo atentado contra ele feito por um policial militar do estado. “Até onde vai esse ódio?”, questionou o petista.

Ódio às mulheres

Andréia de Jesus é deputada estadual por Minas e está em campanha para a reeleição. A assessoria da candidata petista declarou que ela já pensou em desistir por causa de tanta violência. Para se ter uma ideia, a deputada registrou 30 inquéritos de ameaças em um ano. Em nenhuma denúncia a polícia identificou e prendeu o agressor.

Na semana da visita de Lula a cidade de Montes Claros, Andréia recebeu e-mail de ameaças pelo mesmo grupo neonazista que enviou e-mail para Duda. No dia do comício Andréia estava com temor de ir ao evento de campanha e só compareceu porque a equipe do ex-presidente foi buscá-la no hotel em um ato de solidariedade.

Ameaça à vida

Andréia é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de MG e atualmente também anda com escolta armada concedida pela ALMG. São dois policiais militares que se revezam para proteger a vida da candidata.

“Não paramos a campanha, mas a candidata não tem conseguido cumprir toda a agenda com receio das intimidações”, informou a assessoria. Além de todas as ameaças, a campanha de Andréia sofre com as fake news que divulgam o número errado da candidata.

O grupo que ameaça as candidaturas de esquerda mineira sempre assinam o e-mail usando o bordão de campanha de Bolsonaro: “Deus, Pátria e Família”.

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