Por Isadora Fonseca | Copa FemiNINJA

foto: reprodução

Sisleide do Amor Lima, a Sissi, nasceu em 1967 e foi uma das grandes pioneiras no futebol profissional feminino no Brasil. Sua trajetória de paixão e luta merece ser conhecida e reconhecida por todxs nós.

No ano de 1979, a lei que tornava proibitiva a prática de futebol feminino no Brasil foi abolida. E foi nesse mesmo período que Sissi estava descobrindo que o futebol seria a sua profissão e amor.

Mesmo vivendo em uma sociedade machista que pregava que o futebol não era “coisa de mulher”, e sendo até mesmo proibida de jogar bola pela sua família, Sissi não parava de sonhar. Ela relata que em um momento de sua infância ela falou “chega!”, e arrancou a cabeça da sua boneca para poder jogar “bola”.

Iniciou sua carreira profissional no São Paulo Futebol Clube, e teve visibilidade internacional jogando na seleção feminina de futebol nos jogos olímpicos, que aconteceram em Atlanta, no ano de 1996. A seleção foi para a semifinal mas terminou a competição na quarta colocação. Mesmo ainda desconhecida, a seleção feminina mostrou realmente a que veio.

Em 1999, a meio-atacante Sissi jogou na copa mundial de futebol sediada nos Estados Unidos, e foi a capitã da equipe que terminou a competição em terceiro lugar geral. Nessa copa, Sissi fez o gol de ouro da competição e conquistou a chuteira de ouro como artilheira do torneio.

Uma das marcas mais tristes de sua trajetória aconteceu quando a jogadora, sensibilizada pela história de uma criança que havia sido vítima de bullying por estar careca devido ao tratamento de um câncer, resolver raspar a cabeça em sua homenagem. A atitude de empatia e sororidade trouxe muitas críticas à craque, sobre estar “masculinizada” nos conceitos da sociedade. Sissi foi impedida, inclusive, de participar de um campeonato estadual, por não se adequar aos ideais machistas de aparência. Mas Sissi não parou de lutar pelo seu lugar, pelas suas escolhas e pela sua paixão, mesmo sendo motivo de piada por ter personalidade e defender suas convicções.

Hoje em dia ela mora nos EUA e treina um time de base de futebol feminino. Lá fora ela é reconhecida pelo seu trabalho, por sua garra e paixão genuína pela bola, e aqui? Por que não?

Conheça outros colunistas e suas opiniões!

Colunista NINJA

Memória, verdade e justiça

FODA

Qual a relação entre a expressão de gênero e a violência no Carnaval?

Márcio Santilli

Guerras e polarização política bloqueiam avanços na conferência do clima

Colunista NINJA

Vitória de Milei: é preciso compor uma nova canção

Márcio Santilli

Ponto de não retorno

Renata Souza

Abril Verde: mês dedicado a luta contra o racismo religioso

Jorgetânia Ferreira

Carta a Mani – sobre Davi, amor e patriarcado

Moara Saboia

Na defesa das estatais: A Luta pela Soberania Popular em Minas Gerais

Dríade Aguiar

'Rivais' mostra que tênis a três é bom

Andréia de Jesus

PEC das drogas aprofunda racismo e violência contra juventude negra

André Menezes

“O que me move são as utopias”, diz a multiartista Elisa Lucinda

Ivana Bentes

O gosto do vivo e as vidas marrons no filme “A paixão segundo G.H.”

Márcio Santilli

Agência nacional de resolução fundiária

Márcio Santilli

Mineradora estrangeira força a barra com o povo indígena Mura

Jade Beatriz

Combater o Cyberbullyng: esforços coletivos