Três homens são presos pelo assassinato de Moïse no Rio de Janeiro
O dono do quiosque deu seu depoimento na 16⁰ DP para fugir da imprensa e relata não ter nada a ver com o ocorrido.
Três homens foram presos nesta terça-feira (1) pela morte do congolês Moïse Kabagambe ocorrida há pouco mais de uma semana no Rio de Janeiro. Eles deverão responder por homicídio duplamente qualificado, impossibilidade de defesa e meio cruel.
Um deles, identificado como Alisson Cristiano Alves de Oliveira, havia se apresentado na Delegacia de Polícia de Bangu e foi conduzido para a Delegacia de Homicídios do Rio. Ele afirmou a jornalistas que não tinha intenção de matar e que foi defender um senhor de uma briga com Moïse. Contudo, o vídeo que foi divulgado na tarde de terça (1) contradiz este argumento e mostra Moïse completamente indefeso.
O mesmo homem afirmou ainda que já tentou se entregar duas vezes à Polícia Civil logo após o crime, que ocorreu em 24 de janeiro, quando o caso ainda não havia ganhado repercussão nacional. À época, ele afirma que não foi preso pois “disseram que não tinham nada contra mim”, conforme publicado na Folhapress.
O outro homem, identificado apenas como Fábio Silva, é vendedor de caipirinhas na praia e foi preso em Paciência, na Zona Oeste. O terceiro preso é Brendon Alexander Luz da Silva, o Tota. Segundo a polícia ele aparece no registro das agressões imobilizando Moïse no chão.
O dono do quiosque, que tem vários estabelecimentos pela orla, deu seu depoimento na 16⁰ DP para fugir da imprensa e relata não ter nada a ver com o ocorrido, e que não tinha dividas pendentes. Aparentemente a polícia acatou a versão do empresário que, segundo o Anonymus, responde por uma ação trabalhista, devendo R$ 32 mil para um antigo funcionário.
Em documento enviado à ONU, a Coalizão Negra por Direitos cobra respostas efetivas. “Exigimos a justiça para Moïse e que os autores do crime junto ao dono do estabelecimento respondam pelo crime!” e ainda aponta possíveis envolvidos “Há indícios de que milicianos tenham sido responsáveis pelo assassinato brutal de Moïse. A mesma milícia que assassinou Marielle Franco. A mesma milícia que ocupa o poder central do país e gesta a política do genocídio negro brasileiro”
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