Advogado da família da vítima afirma se tratar de um caso de execução e que o laudo da morte de Henrique Alves Nogueira constava sinais de tortura, além dos tiros

Investigação apura o que aconteceu entre o momento em que Nogueira foi colocado na viatura e o momento em que foi encontrado morto. Foto: Reprodução

As imagens da câmeras de segurança que flagraram policiais militares de Goiás colocando Henrique Alves Nogueira dentro da viatura podem comprovar que o homem de 28 anos foi executado pelos agentes, na última quinta-feira (11). Advogados da família da vítima cobram investigação e justiça para Nogueira que foi encontrado morto horas depois da abordagem.

O advogado que representa a família, Alan Araújo Dias, que também é vice-presidente de prerrogativas da Seção Goiás da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), afirma se tratar de um caso de execução e que o laudo da morte de Henrique constava sinais de tortura, além dos tiros.

A versão dos policiais militares é de que houve um suposto confronto, além disso os agentes afirmaram que Nogueira estava com uma mochila nas costas em que foi encontrada uma grande quantidade de drogas, entre maconha, cocaína, ecstasy e crack, porém o advogado informa que com o acesso das imagens foi possível verificar que não houve confronto, a vítima não estava de mochila e ela foi abordada e colocada no interior da viatura.

Ao g1, a Polícia Militar afirmou que determinou o afastamento dos policiais militares de suas funções e a abertura de um inquérito interno para apurar a conduta dos agentes.

O advogado que representa a família afirmou que no momento da primeira abordagem, Nogueira havia acabado de deixar o carro em uma oficina. Segundo o delegado, os familiares passaram o dia tentando entrar em contato com a vítima e a noite registraram uma ocorrência de desaparecimento.

Ao G1, a polícia diz que Nogueira tinha passagens pela polícia por tráfico e roubo e, de acordo com o advogado, atualmente trabalhava como autônomo de serviços gerais. Ele deixa uma esposa e um filho de 4 anos.

A esposa da vítima afirmou que não está em condições de dar notícias, mas diz que quer justiça. “Está bem claro que o que houve com ele foi uma execução e eu quero justiça. Não sei o que eu faço neste momento, tenho medo do que possa acontecer com o meu filho. Só quero que a justiça seja feita porque não foi justo o que aconteceu com meu marido”, declarou em áudio enviado pelo advogado.