Caso ganhou destaque nacional pela estratégia do assassino de utilizar aplicativos de relacionamentos das comunidades LGBTQIAPN+ para se encontrar com as vítimas

José Tiago Correia Soroka em depoimento Foto: Reprodução/RPC


Por Rod Gomes

Cristine Lopes, juíza da 12ª Vara Criminal de Curitiba, condenou o assassino em série, José Tiago Correia Soroka, a pena de 104 anos, quatro meses e seis dias de prisão por latrocínio, roubo agravado, extorsão e homofobia no dia 8 de julho. José Tiago ficou conhecido como o “serial killer de Curitiba” por utilizar aplicativos de relacionamentos para se encontrar com as vítimas. Segundo a polícia de Curitiba em matéria do G1, o assassino pretendia fazer uma vítima por semana, focando em homens que se relacionam com homens.

Com passagem por roubo em 2015 e 2019 e medida protetiva requerida por uma ex namorada, José Tiago está preso desde maio de 2021, tendo confessado três crimes dos quais era suspeito. A polícia estima que entre 10 e 20 pessoas possam ter sido vítimas de roubo por parte de Soroka. Ao G1, a polícia afirmou que conseguiu chegar ao assassino através de um sobrevivente, em caso ocorrido no bairro de Bigorrilho, em Curitiba.

Em junho deste ano, em entrevista à Folha, Soroka explicou que marcava encontros nas casas das vítimas através de aplicativos de relacionamento, pedia para virarem de costas e aplicava um “mata leão” para que a pessoa desmaiasse. De acordo com o assassino, as vítimas eram escolhidas pela “facilidade” de abordagem e havia a intenção de roubá-las, “Eles tentaram reagir, [começaram] a me bater, xingar, falaram que iam chamar a polícia, e eu acabei apertando um pouco mais [o pescoço] e não voltaram”, contou na entrevista.

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José Tiago Correia Soroka afirma não sentir atração por homens, para a Folha revelou ter informado ser bissexual nas redes, para atrair as vítimas. Em depoimento revelado pelo G1, o mesmo contou que suas vítimas não eram apenas homossexuais e bissexuais, algumas se identificavam como heterossexuais, mas que não havia vitimado nenhuma mulher.

Os advogados de defesa afirmaram na última quarta (14) que irão recorrer da decisão, porque acreditam que o réu não deve ser julgado por latrocínio, mas apenas por homicídio. Segundo o G1, Soroka que está preso preventivamente, também foi condenado ao pagamento de 229 dias-multa, aproximadamente R$ 9,2 mil, e não poderá recorrer em liberdade.