BRASIL — Em todo o Brasil, a revolta é a resposta de quem será diretamente afetado pelos bloqueios orçamentais do Ministério da Educação.

Recentemente o ministro da educação Abraham Weintraub, anunciou que as universidades que estiverem ‘promovendo balbúrdia’ nos seus campus sofrerão o corte de 30% das dotações orçamentárias. No início, três das principais instituições do país estavam na mira da medida, segundo Abraham: UnB, UFBA e UFF. Poucos dias após o anúncio, o secretário de Educação do MEC anunciou que seriam bloqueados 30% dos repasses para todas as universidades federais.

Além disso, o bloqueio de R$ 5,8 bilhões no orçamento de 2019 do MEC, decretado pelo governo Bolsonaro, também refletiu nas atividades dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Segundo o reitor do IFMT, Willian Silva de Paula, houve corte de R$ 31.838.793,00 no orçamento para este ano. Já a reitora do IFAC, diz que se governo não voltar atrás, o instituto não terá como manter o funcionamento depois do mês de agosto. No Espírito Santo, o reitor do IF, Jadir Pela, também se pronunciou e disse que só terá orçamentos para custear suas despesas até setembro deste ano.

O descaso com a educação brasileira é uma realidade. Professores denunciam que nas escolas e universidades falta de tudo, não tem vagas, muitas possuem estrutura insegura, acesso ao básico e ao transporte, refletindo também diretamente nos professores que não tem salários ou trabalhos dignos, dentre centenas de outras demandas.

O professor Bederval, professor da Universidade Federal de Uberlândia — UFU, em entrevista á Mídia NINJA afirma: “As federais já estão enfrentando uma série de cortes e boicotes na área de pesquisa. Os programas de incentivo à pesquisa, criados ao longo dos governos de Lula e Dilma, foram todos enterrados e agora com esse corte de 30% do governo Bolsonaro, no caso da UFU, representa 42 milhões a menos nesse primeiro semestre de 2019.”

“Isso significa que a UFU não terá dinheiro pra fechar o semestre letivo, ou seja, corremos o risco e não termos dinheiro para pagarmos segurança, limpeza, água, luz, telefone, corremos o risco de fecharmos as portar nesse ano.”

Confira as manifestações pelo Brasil já realizadas:

Estudantes, professores e defensores da educação realizaram uma grande manifestação nessa segunda-feira (6), para denunciar os R$ 37,3 milhões bloqueados pelo MEC.

Foto: Jonas Santos / Mídia NINJA

No Rio de Janeiro, nessa segunda-feira (6), estudantes de escolas federais e do Colégio Pedro II também se manifestaram durante visita de Jair Bolsonaro ao Colégio Militar do RJ, contra os bloqueios anunciados. Pais e professores também se uniram ao ato.

https://www.instagram.com/p/BxICh_hgwGx/

Em Vitória, no Espírito Santo, após o corte, o reitor do IFES afirmou que só terá orçamentos para custear suas despesas até setembro deste ano, e por isso no último dia 3 de maio, uma grande manifestação tomou as ruas centrais da capital

Foto: Edson Chagas

Em Pelotas, no Rio Grande do Sul, centenas de estudantes foram às ruas contra os cortes. Em nota, a UFPel alertou pode encerrar as atividades em setembro em função da indisponibilidade de R$ 29 milhões em caixa.

Foto: Luiz Henrique Schuur

Em Niterói, na última quarta-feira, 8, estudantes de Niterói lotaram as ruas da cidade em defesa das universidades e dos institutos federais

Foto: Marcelo Ramos

Em Natal/RN, alunos de Institutos Federais e universitários soltaram suas vozes, por direitos e contra o bloqueio de investimentos na educação.

Foto: Celinna Carvalho / Mídia NINJA.

Estudantes também foram às ruas em São João Evangelista/MG, em defesa da educação e do investimento nas instituições de ensino brasileiras!

Foto: Ricardo Teixeira

Nas ruas de São Paulo, as vozes da juventude ecoaram em defesa das universidades e contra os cortes que ameaçam a educação brasileira.

Foto: Lucas Martins

Estudantes da UFF do campus Volta Redonda, no Rio de Janeiro, também mandaram um recado nas ruas da cidade em defesa da educação

Foto: Katyllin Kamay

Estudantes da UFF e do Instituto Federal contra os cortes, em Nova Friburgo.

Estudantes do campus da UFF de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro também foram às ruas em defesa das universidades.

Em Curitiba estudantes também foram às ruas em defesa da educação. Recentemente, o Ministério Público do Paraná se manifestou em apoio às universidades, alvo dos cortes de 30% do orçamento destinado ao custeio das instituições federais de ensino superior.

Em Macaé, no Rio de Janeiro, estudantes da Universidade Federal Fluminense e do Instituto Federal nas ruas em defesa da educação e das universidades.

Estudantes de pós-Graduandos do departamento de Genética, no setor de ciências biológicas da UFPR, contra o corte de verbas.

Foto: Reprodução Registros da balbúrdia na UFPR

Na Universidade Federal de Juiz de Fora, a comunidade acadêmica se reuniu para dizer não aos cortes na educação.

Foto: Estela Loth / Mídia NINJA

Em assembleia estudantil da Universidade de Brasília — UnB, estudantes organizam a paralisação do dia 15 de maio contra os cortes e descaso do governo federal ao ensino público.

Alunos do Instituto Federal da Bahia campus Jacobina também protestaram contra os cortes.

.

No Instituto Federal do Maranhão, estudantes também protestaram em repúdio ao desmonte da educação.

.