Da Praça da Estação em Belo Horizonte Iza Lourença já assistiu muitas idas e vindas. Militantes e ativistas que vieram pra fazer suas lutas, trabalhadoras que foram pra casa após um dia exaustivo de serviço, a ocupação da cultura viva na capital mineira em suas diferentes faces. Como bilheteira do metrô sente no dia a dia o peso das multidões que lotam os vagões e não puderam sequer se proteger na pandemia. Reflexo da desigualdade que assola as cidades e faz a expectativa de vida de um morador de Venda Nova, distrito periférico, ser 15 anos menor que a de quem mora no Belvedere, região nobre de BH.

Iza começou sua trajetória política no movimento estudantil, fez parte do DCE da UFMG e a partir daí ocupou a Câmara Municipal em 2013, a Universidade em resistência às medidas contra a educação e passou a integrar o ‘Afronte!’ Esteve em movimentos nacionais como Ele Não, o Vira Voto e o Tsunami da Educação. Também seguiu pela organização feminista, das lutas LGBTQIAP+  e do movimento negro na luta pela implementação das cotas raciais.

 

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Filiada ao PSOL, Iza vê na política o que é mais urgente, a necessidade de se construir coletivamente, aglutinar cidadãos e interesses avessos ao poder econômico. O que a levou até a coordenação do Cursinho Popular Consciência Barreiro, movimento negro e popular na periferia, que prepara e facilita o acesso de jovens de baixa renda ao ensino superior. Como mãe encontra ainda mais obstinação na luta. Pra ela não faz sentido pensar política a partir do umbigo de meia dúzia de milionários. Se nós o povo somos maioria, é de nossa responsabilidade decidir o futuro e sobretudo, a destinação dos recursos públicos.

“Quem está lá hoje é conveniente com a desigualdade social. Porque só escuta os interesses de quem quer lucrar, não escuta os interesses de quem precisa de aporte do estado.”

No abismo social de Belo Horizonte, que torna cidadãos reféns de seu CEP no acesso às oportunidades, o plano é implementar políticas públicas de empregabilidade e renda nos próprios territórios. Eliminando problemas com a mobilidade e dando vida às economias locais, de regiões periféricas que muitas vezes são independentes do centro, mas que ainda enviam maior parte de seus habitantes para trabalhos domésticos e de serviços gerais nas cúpulas econômicas. Conversar com lideranças comunitárias é a chave para Iza, que como parte do movimento Muitas quer fazer uma cidade que se pareça mais com as pessoas e menos com as elites.

“Se a gente juntar nossa maioria, se a gente juntar todas as nossas lutas, a gente consegue hackear a política. Entrar lá dentro pra pautar as demandas do povo e não as do poder econômico.”

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