Foto: Telesur

Os mil dias de prisão de Milagro Sala,mesmo sem condenação, chegam como demonstração que a Argentina se encontra mais próxima ao autoritarismo. A análise este processo aclara que o judiciário do pais se encontra enfermo manuseado pelo executivo. Cada papel que cai sobre a mesa que possa envolver o governo Macri evapora-se automaticamente, enquanto dos seus opositores são criados a cada dia. Um exemplo aparente é a tentativa de prender a ex-presidente Cristina Kirchner baseada por cópias de um caderno. O objetivo é se prender a carne e osso, para impedir um ideia .

A caçada judicial sobre Milagro e movimento La Tupac começa com a chegada do Partido Cambiemos no executivo nacional e no estado de Jujuy em dezembro de 2015.Os argumentos vão desde organizar um movimento pacífico nos jardins da sede do governo de Geraldo Morales,até mal uso do dinheiro público na construção de habitações. As cooperativas construíram 16 bairros inteiros e 2800 casas, o maior projeto da história da província.

A líder do maior movimento social argentino, serve de laboratório para o uso do judiciário como arma política. Uma justiça injusta para aprisionar opositores de um modelo liberal que levou o país a insolvência,hipotecou a soberania ao FMI e transformou Macri num mandatário impopular. Em verdade , ao construir milhares de habitações num modelo solidário para os mais necessitados, Milagro gerou emprego para os desocupados e arruinou o negócio de construção para empresas privadas golpeando a especulação imobiliária. Uma prática “imperdoável” na cadeia de acumulação de capital.

Presa numa casa na região de ” La Ciénaga”, Milagro escreve um livro a quatro mãos com seu esposo Raul Noro, enquanto ler sobre ascensão de Evo Morales e suas políticas que recuperaram a Bolívia. A líder reafirma sua pretensão de ser governadora justificando que a justiça só voltará,incluso a social, com a mudança na administração. A ação de Milagro é comprovação que existem muitos que pensam e fazem para os que menos tem.

Demostrando total conhecimento do processo histórico que decorre na Argentina e no continente, Milagro clama neste dia:”Desejo que os governos administrem para seu povo e não para o FMI. Pátria sim, colônia não.”

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