Por Brunella França / Copa FemiNINJA
Foto: Reprodução Emma Coolen
Com direito a festa da torcida tomando as ruas de Valenciennes, ao redor do Stade du Hainaut, palco do jogo, e mais festa nas arquibancadas com charanga, canto ensaiado e muita vibração, as holandesas, que começaram o jogo nervosas e dando espaço para a Itália, conquistaram a vaga para as semifinais da Copa do Mundo com dois gols de cabeça, uma de suas principais jogadas. O primeiro de Vivi Miedema e o segundo de Van Der Gragt em duas cobranças de falta de Spitse, nome do jogo.
As leoas são as atuais campeãs europeias, não à toa estão entre as favoritas. E chegam entre as quatro melhores seleções da Copa, onde devem estar. Detalhe: estádio com lotação máxima, 22.600 pessoas em pleno sol das 15 horas no verão francês, com termômetro marcando mais de 30 ºC.
As italianas, a maior surpresa da Copa, sem nenhuma dúvida, fizeram um primeiro tempo parelho e com mais chances de gol inclusive. Enquanto a Holanda teve mais posse de bola, a goleira Giuliani pouco trabalhou, ficou assistindo a passes trocados e bola rodando em frente a sua área. Por outro lado, a falta de calibre do ataque italiano, sem a sua principal jogadora – Girelli estava lesionada – incomodou, mas sem vazar o gol de Van Veenendal, capitã da Laranja.
O forte calor impactou no desempenho das jogadoras dentro de campo, que atuaram abaixo do que costumamos assistir. O primeiro tempo terminou sem gols.
Ao longo da semana, após a vitória por 2 a 1 contra o Japão, Sarina Wiegman tinha chamado duas de suas principais jogadoras para conversas individuais ao longo da semana, a atacante Lieke Martens, melhor do mundo em 2017, e a camisa 10, Van de Donk. O resultado disso: Martens se movimentando mais e Van de Donk, que meteu uma bola na trave, apareceram mais para o jogo.
Van de Sanden, a velocista do lado direito holandês, sentiu o cansaço. Aos 10 minutos, Sarina mexeu no time e colocou Beerensteyn para jogar. Vimos outra Holanda em campo. Vimos os melhores 40 minutos de jogo da Holanda na Copa do Mundo até aqui, time que tem 100% de aproveitamento.
As holandesas chegam a uma semifinal inédita para elas, mostrando a força e o crescimento dessa seleção. E abraçadas por uma torcida apaixonada! Como em todos os jogos, certamente haverá invasão holandesa em Lyon. E com o resultado de hoje, as leoas estão credenciadas também para as Olimpíadas de Tokyo em 2020. Festa completa.
Ao final do jogo, como ocorreu em todos os confrontos de mata-mata até aqui, as holandesas festejaram sim, mas foram também parabenizar, abraçar e consolar as italianas que, antes da Copa começar eram vistas como a terceira força num grupo que tinha Austrália e Brasil como favoritas. As italianas passaram em primeiro.
A Azurra mostrou que quer ser grande também no feminino, que tem potencial. E quem tem a ganhar com isso é o futebol! Quanto mais mulheres brilhando com a bola nos pés por aí, melhor.