Entre os dias 7 e 10 de dezembro, a Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación de la UNLP, na cidade de La Plata, Argentina, foi cenário de uma luta continental para reafirmar: a maré feminista é imparável e que não iremos voltar atrás.
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
A quarta edição do Encontro Latinoamericano de Feminismos reuniu lésbicas, travestis, trans, negras, brancas, indígenas, mestiças, camponesas, urbanas, faveladas, prostitutas, gordas, magras, deficientes, não bináries, católicas e muçulmanas de diferentes partes da América Latina e do Caribe.
ELLA é um encontro realizado em colaboração desde 2014 em diferentes países, buscando articular e empoderar através da troca de experiências, a visibilidade das várias lutas feministas e o fortalecimento do tecido social.
Realizado por muitas mãos de uma diversidade de mulheres, este ano, a organização ficou por conta de Emergentes, Ni Una Menos, Cultura de Red, Comunes, Direção de Políticas de Genero da Universidade Nacional de La Plata.
A cobertura colaborativa registrou milhares de vozes, cores, linguagens e corpos diversos.
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
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Mulheres de 27 países vieram para o ELLA mostrar que juntas são mais fortes, e se mobilizaram para chegar até a Argentina: algumas organizaram caravanas de ônibus como foi o caso do Brasil e do Uruguai. O Brasil levou duas caravanas, das regiões Sudeste e Centro-Oeste. O Uruguai saiu de Montevidéu. Bolívia e Venezuela também levaram suas delegações, arrecadando passagens de financiadores e parceiros locais para chegar até La Plata.
Caravana Brasil levou mais de 50 mulheres do Distrito Federal. | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Caravana Uruguai saiu de Montevidéu. | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
O Acampamento Feminista recebeu mais de 400 mulheres.
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
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Arrancamos!
Na abertura, violências contra as mulheres foram lembradas com a presença de Marta Monteiro, mãe de Lucía Perez, e Martha Ramallo, mãe de Johana Ramallo, desaparecida há mais de 1 ano. Diana Sacayán, uma das principais ativistas do movimento de direitos humanos e da luta por reconhecimento e inclusão social de travesti na Argentina, também foi lembrada, marcando o primeiro travesticídio reconhecido pela justiça.
Marta Monteiro, mãe de Lucía Perez, vítima de feminicídio na Argentina, motivo da criação do Ni Una Menos | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Martha Ramallo, mãe de Johana Ramallo que está desaparecida desde 26 de julho de 2017. | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
A abertura também contou com a presença de duas lideranças importantes: Manuela D’ávila (BRA), Deputada, foi candidata à vice-presidência nas últimas eleições do Brasil e defensora dos direitos das mulheres, e Estela de Carlotto (ARG), presidenta da associação Abuelas de Plaza e Mayo.
Manuela D’ávila (BRA) e Estela de Carlotto (ARG). | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Manuela D’ávila (BRA) e Estela de Carlotto (ARG). | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Isa Penna, eleita deputada estadual em São Paulo (BRA). | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
A revolução não será feminista se não for negra
Mulheres negras estiveram presentes no ELLA para mostrar que vão ocupar os espaços, vão pautar a luta antirracista e levar o feminismo negro para todos os países. Mulheres negras são feministas desde antes do feminismo, e reforçaram essa mensagem no ELLA.
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
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Ana Laura dos Santos, midiativista, integrante do MediaRed, feminista e afrouruguaia. Geovanna, brasileira e fotógrafa. | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Olívia Santana, eleita deputada estadual na Bahia e Maria Zezé, liderança do Movimento dos Trabalhadores sem Teto do Distrito Federal. | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Maria Clara Araújo, mulher negra e trans. (BRA) | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
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Que comece o traviarcado!
Em 19 de outubro deste ano, o parlamento uruguaio aprovou a Lei Integral para as Pessoas Trans 19.488. Um avanço uruguaio e latino-americano para os corpos dissidentes. ELLA também é trans e travesti!
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Macarena Rodriguez (URU) | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Lolita Vasquez (GUA) | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Leandrinha Du Art (BRA) | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Maria Clara Araújo (BRA) | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Liaam Winslet (EEUU), trans negra, imigrante, puta rebelde e ativista trans feminista. | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Amara Moira (BRA), putafeminista e escritora. | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Melisa de O’ro (ARG) | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Josefina González (URU) | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
SERÁ LEI: Aborto legal, seguro e gratuito para toda a América Latina!
A maré verde que acumulou corpos e vontades massivamente bloqueando as ruas em torno do Congresso argentino onde o aborto legal foi discutido, foi um dos maiores motivos da realização do ELLA na Argentina.
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
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Ni Una Menos
Como uma senha internacional contra a violência machista e patriarcal, para enfrentar o fascismo e o neoliberalismo, para impedir o avanço dos fundamentalismos religiosos. Juntas somas poderosas. Por nenhuma vida das mulheres a menos.
Mata Dillon (ARG), Ni Una Menos. | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Norita Cortiñas (ARG), cofundadora das Madres de Plaza de Mayo e Dríade Aguiar (BRA), da Mídia NINJA. | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Por um Parlamento Feminista
Um parlamento não existe sem movimentos sociais. Parlamentares e lideranças de movimentos se reuniram para debater a construção de uma rede mista de direitos das mulheres.
Jandira Feghali, deputada federal pelo PCdoB (BRA). | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
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Sonia Guajajara, candidata a vice-presidência da República do Brasil. | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Monica Francisco, eleita deputada estadual no Rio de Janeiro e Ivana Huenelaf (ARG), mulher indígena Mapuche, integrante feminista de Abaya Yala. | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
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Alice Portugal, deputada federal (BRA), Marielle Ramires, Mídia NINJA e Fora do Eixo (BRA) e Nina Brugo, integrante da Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito (BRA). | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Monica Francisco, eleita deputada estadual no Rio de Janeiro (BRA) e Sonia Guajajara, candidata a presidência da República do Brasil. | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Trabalho sexual também é trabalho
As trabalhadoras sexuais também marcaram presença no ELLA 2018, para desmistificar o trabalho de prostitutas, putativistas e putasfeministas. A criação de uma lei que regule o trabalho sexual é necessária. Representantes da Associação de Mulheres Meretrizes da Argentina – A.M.M.A.R trouxeram esse debate para ao encontro junto com outras trabalhadoras sexuais de outros países como Amara Moira e Monique Prada do Brasil.
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Georgina Orellano (ARG), trabalhadora sexual e putafeminista da Asociación de Mujeres Meretrices de Argentina – AMMAR e Monique Prada (BRA), trabalhadora sexual, feminista, ativista pelos direitos das prostitutas e uma das fundadoras da CUTS – Central Única de Trabalhadoras e Trabalhadores Sexuais. | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Revolução GGG: Mulheres gordas presentes
A gordofobia não é brincadeira! No ELLA também debatemos a construção de um feminismo que aceite e celebre o corpo gordo.
Por todo corpo gordo livre!
Ray Neon (BRA) | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Roda Revolução GGG. | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Precisamos debater o feminismo das mulheres indígenas e suas demandas
Atualmente, o feminismo indígena está bem mais organizado e articulado do que se comparado às décadas anteriores, e também não é raro vermos mulheres indígenas liderando movimentos que falam não só sobre as questões específicas de gênero, mas sobre questões cruciais do movimento indígena como um todo. O ELLA recebeu a presença de uma diversidade de mulheres lideranças indígenas da América Latina para falar sobre suas lutas em torno do feminismo.
Sonia Guajajara (BRA) e Célia Xacriabá (BRA) | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Evanilda Terena (BRA) | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Não há feminismo sem acessibilidade
No ELLA também debatemos o que o feminismo precisa entender sobre as mulheres com deficiência.
Leandrinha Du Art (BRA) | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
A revolução será dançada
A festa como método de ativismo. Ser feliz também é um ato revolucionário, porque gostamos de desfrutar do que fazemos. Construímos a partir do desejo e geramos o desejo de revolução.
Maria Gadu (BRA) e Preta Rara (BRA) | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018
Rebeca Realleza (BRA) e China (BRA) | Foto: Cobertura Colaborativa ELLA 2018