Foto: Lia Castanho

Texto: Filipe Pavão

Alunos, servidores e professores da Universidade Federal Fluminense – UFF realizaram o ato “Em Defesa da UFF” na tarde desta quinta-feira (08/05) contra o corte de verbas na rede federal de educação. Milhares de pessoas caminharam do campus Gragoatá em direção à estação Araribóia das barcas, no centro da cidade de Niterói, convocando a população para ir às ruas.

A UFF foi uma das três primeiras universidades, com a UnB e a UFBA, a receber o comunicado de contingenciamento de 30% das verbas. De acordo com o Ministro da Educação, Abraham Weintraub, as universidades estão promovendo “balbúrdia” em seus campi. Em seguida, mesmo após repercussão negativa, os cortes foram ampliados a todas as instituições de ensino federais como a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ (41%), o Instituto Federal do Rio de Janeiro – IFRJ (32,6%) e o Colégio Pedro II (36,37%).

O estudante do mestrado de Educação João Fernandes, de 26 anos, ressaltou o prejuízo para a sociedade fluminense caso a universidade não tenha verba para custear os projetos já existentes e viabilizar condições básicas como informou a reitoria da UFF.

“O corte vai afetar não só a graduação e a pós, mas também os projetos de extensão que não vão conseguir continuar, ou seja, as atividades do hospital universitário e todo o atendimento odontológico, psicológico e de demais áreas vão parar”, disse o estudante.

Foto: Lia Castanho

Já a aluna de Antropologia Rafaela Maciel, de 20 anos, se mostrou preocupada em relação à perseguição aos cursos da área de humanas. No mês de abril, o presidente da República anunciou cortes aos cursos de humanas mais críticos como Sociologia e Filosofia.

“É o fim do meu curso e dos cursos de humanas. Antropologia vive de pesquisa, de você sair da graduação e seguir carreira acadêmica. Então, tirar dinheiro da CAPES é matar o nosso curso. Por isso, temos de ir para rua e mostrar que o que a gente pesquisa na universidade é muito importante”, comentou a estudante.

Foto: Lia Castanho

Para a vereadora de Niterói Verônica Lima, a UFF é um polo muito importante de educação para todo o estado do Rio de Janeiro, principalmente em relação aos seus números. Segundo a vereadora, são mais de 4.000 funcionários, 3.000 professores e 70.000 alunos, o que a torna a Universidade Federal com o maior número de estudantes do país.

“Estamos firmes na rua e na luta em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. A gente avançou muito nos últimos anos com o Reuni e o Prouni, nos governos democráticos e populares. São essas conquistas que o governo Bolsonaro quer cassar, mas não vamos permitir. Viva a luta pela educação”, ressaltou a vereadora.

Foto: Lia Castanho

Representantes de outros setores da educação também marcaram presença em apoio à UFF e aos demais institutos e universidades. A pesquisadora e vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz – ASFOC, Mychele Alves, reforçou a importância de se mobilizar em prol da educação em diferentes esferas.

“Nós tivemos também um ato dos estudantes do Ensino Fundamental e Ensino Médio pelo Colégio Pedro II, um ato lindo em prol da educação, então, estamos vendo muita luta e resistência. Para se ter um país desenvolvido e soberano, a gente precisa de investimento na educação. Como diz Nelson Mandela ‘a educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo’”, relembrou a pesquisadora.