Votação da reforma do ensino médio é adiada para 2024
Lucca Gidra, presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES-SP), defendeu que a retirada da urgência do projeto é fundamental, pois ele apresenta muitas falhas e não respeita as consultas à opinião da população
Após uma articulação de movimentos estudantis e o Ministério da Educação, o deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE), relator do projeto que propõe alterações na reforma do ensino médio, anunciou nesta terça-feira (19) o adiamento da votação para o início de 2024. Originalmente prevista para hoje, a votação foi adiada para aprofundar as discussões sobre o projeto, representando uma vitória para o governo, que discorda do texto proposto por Mendonça.
O ministro Camilo Santana teria se reunido previamente com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), convencendo-o da falta de consenso sobre o texto final. O adiamento ocorre em meio a tensões entre Lira e o MEC, desde a designação de Mendonça como relator. Na semana passada, deputados aprovaram, com ampla margem, um requerimento de urgência para o projeto, mesmo após o governo retirar a urgência.
O relatório de Mendonça propõe ampliar a carga horária da parte comum do ensino médio, destinada a disciplinas tradicionais, em relação ao modelo estabelecido em 2017. O texto prevê que, das 3.000 horas totais ao longo dos três anos da etapa, 2.100 horas sejam dedicadas à parte comum. Isso representa um aumento em comparação às atuais 1.800 horas destinadas a disciplinas como português e matemática.
O projeto do governo, por sua vez, defendia uma carga horária de pelo menos 2.400 horas para essa parte comum. A principal mudança proposta por Mendonça é a retirada da obrigatoriedade do ensino de língua espanhola, deixando a oferta a critério das redes de ensino.
Em entrevista a Hora do Povo, Lucca Gidra, presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES-SP), defendeu que a retirada da urgência do projeto é fundamental, pois ele apresenta muitas falhas e não respeita as consultas à opinião da população, o que só prejudicará ainda mais a educação.
“É importante o adiamento da votação pois o projeto de mudança do ensino médio não pode ser enviado dessa maneira para o plenário. Está cheio de problemas e na prática representa trocar seis por meia dúzia, não resolve nada. O que Mendonça Filho fez foi simplesmente passar por cima de toda uma grande discussão feita na sociedade esse ano, ignorou a consulta pública, a opinião dos professores e toda a manifestação dos estudantes que ocorreu ao longo do ano em todo o Brasil! E faz isso para agradar interesses mesquinhos de quem lucra com a desigualdade social e educacional”, disse.
📚 #Vitória dos educadores e estudantes!
— Pastor Henrique Vieira (@pastorhenriquev) December 19, 2023
A votação do Novo Ensino Médio, que aconteceria hoje na Câmara dos Deputados, foi adiada para março, após realização da Conferência Nacional de Educação! Essa foi uma reinvindicação dos movimentos para que a proposta fosse debatida de…
A pressão funcionou! A votação do projeto substitutivo do Novo Ensino Médio ganhou um fôlego e ficará para março de 2024. Vamos trabalhar para garantir os pontos do projeto do Poder Executivo, que escutou o povo e o movimento educacional. Contem comigo nessa luta. #RevogaNEM
— Dandara Tonantzin (@todandara) December 19, 2023
VITÓRIA DOS ESTUDANTES
— ERIKA HILTON (@ErikakHilton) December 19, 2023
Graças à força da mobilização e após reunião do Ministro da Educação, a votação do PL do Novo Ensino Médio será apenas em 2024
Essa proposta surgiu pra corrigir o horror do Novo Ensino Médio instaurado por Michel Temer, mas foi deturpada para reforçá-lo.…
A votação do Novo Ensino Médio, que aconteceria hoje na Câmara, vai ficar para 2024. Uma proposta que impacta tanto a vida dos nossos jovens não pode ser votada a toque de caixa. Ganhamos tempo para discutir devidamente e propor as alterações necessárias.
— Erika Kokay (@erikakokay) December 19, 2023