Foto: Reprodução / Instagram

Por Tatiana Abreu

Lutar contra a fome, desigualdade, saúde mental, racismo, pobreza e ainda publicar um livro. Marcus Rashford, de apenas 25 anos, é atacante do Manchester United e não poupa atitudes e posicionamentos diante de problemas sociais na Inglaterra e no mundo. O inglês é uma das inspirações do camisa 9 da seleção brasileira: Richarlison, também conhecido como pombo, que é ativista de causas sociais.

Richarlison atualmente joga pelo Tottenham, o que faz de Rashford um adversário dentro dos campos. No entanto, em 2020 e ainda pelo Everton, o brasileiro declarou que vê o inglês como um exemplo de engajamento em causas sociais: “Ele serve de inspiração, porque ajudou muitas crianças na Inglaterra. Nem todos os jogadores vão colocar a cara, mas é importante fazer isso para servir de exemplo aos outros”, declarou.

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Revelação do futebol inglês, o atleta veio da base do United e, em 2016, se tornou o jogador mais jovem a atuar pela Inglaterra em uma Eurocopa. Melanie Maynard, mãe do jovem e de mais quatro meninos, disse em entrevista à BBC que a família passou por dificuldades e já temeu a falta de comida na mesa. Marcus, porém, costuma dizer que tirou inspiração da sua própria dificuldade e transformou em impulso para a sua carreira.

Em 2017, o jogador afirmou que uma das suas inspirações no campo é… um brasileiro! Rashford dividiu que se espelhava no ex-atacante da seleção brasileira Ronaldo. “Ele era o jogador favorito do meu irmão e foi por isso que cresci vendo tanto ele e seus jogos…”, destacou em entrevista repercutida no portal Terra.

 

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Além do seu talento com a bola nos pés, o jogador ganhou destaque na Inglaterra e no mundo ao lutar contra a fome e a pobreza durante o período mais crítico da pandemia de COVID-19, em 2020. O atacante chamou a atenção para a qualidade da merenda escolar oferecida para crianças do Reino Unido. O jogador entrou em contato com entidades governamentais para garantir a segurança alimentar de mais de um milhão de crianças durante as férias de verão. Rashford publicou no seu Twitter uma reclamação dizendo: “Três dias de comida para uma família. Não é bom o suficiente”.

Depois do posicionamento, o atleta recebeu uma ligação do então primeiro-ministro Boris Johnson, que se comprometeu em resolver o caso. Após a mobilização, o jogador recebeu da Universidade de Manchester o título de doutorado honorário pelo trabalho que tem feito contra a pobreza e a fome infantil.

Foto: Andrew Matthews/Pool via REUTERS

Alvo de ataques racistas pelos torcedores do próprio time, o jogador também faz do futebol como grande aliado na luta contra o racismo. O inglês recebeu uma arte em sua homenagem estampada em um mural no Coffee House Café na Copson Street – Withington. A área fica perto de onde Rashford morou com sua família antes de se mudar para Wythenshawe. A parede foi desconfigurada com pichações de ofensas racistas e abusivas contra o jogador, após a derrota da Inglaterra na final do Campeonato Europeu de 2020.

Na ocasião, Rashford e os jogadores Jadon Sancho e Bukayo Saka sofreram abusos racistas nas redes sociais. Para a polícia, o conteúdo “não foi considerado de natureza racial”.

O mural de Rashford ao lado do The Coffee House Cafe em Withington (Imagem: PA)

Após o episódio de vandalismo, centenas de pessoas se reuniram em apoio a Rashford no local, colando mensagens de carinho e homenageando o atacante. Os torcedores ainda organizaram um protesto anti-racista no local, em repúdio aos ataques contra o jogador.

Foto: Reprodução / Instagram

Talento com a bola nos pés e com o livro na mão. Para além das causas sociais, o jovem inglês lançou, em 2021, um livro de autoajuda para crianças. Baseado em histórias da sua própria vida, o livro “You are a champion: How to be the best you can be” (Você é um campeão: Como ser o melhor que você pode ser), é distribuído gratuitamente para crianças em vulnerabilidade e tem como público alvo meninos e meninas entre 11 e 16 anos.

 

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Já este ano, o jogador falou sobre ter enfrentado questões de saúde mental na temporada 21-22 no Manchester United: “’Eu lutei algumas vezes na temporada passada – mais coisas mentais, não meu próprio desempenho. Foram outras coisas fora do campo. Muitas vezes na última temporada eu não estava no espaço certo”, declarou o atacante. O inglês marcou o 100º gol de sua carreira pelo Manchester United, que resultou na vitória da equipe sobre o West Ham no mês passado.

Na Copa do Mundo do Catar, o inglês se ajoelhou junto de sua equipe para protestar contra o racismo antes do início das partidas, como faz no campeonato inglês. No jogo de estreia da Inglaterra, Rashford marcou um gol em seu primeiro toque na bola na partida. Assim, o jogador marcou pela primeira vez em uma Copa do Mundo e ainda ajudou a ampliar a vitória da equipe por 6×2 contra a seleção iraniana.

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Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube