O pedido para tornar as conversas públicas foi feito pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL), Humberto Costa (PT-PE) e Fabiano Contarato (PT-ES)

Lindôra Araújo é braço de ferro de Augusto Aras na PGR. Foto: Nelson Jr./STF

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou, nesta quarta-feira (31), manifestação contrária ao Supremo Tribunal Federal (STF) para retirar o sigilo das conversas entre o procurador-geral da República, Augusto Aras, e empresários bolsonaristas que foram alvo de operação da Polícia Federal na semana passada por suspeita de apologia de um golpe de Estado.

A manifestação foi enviada ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, que mandou a Procuradoria-Geral se manifestar sobre o pedido para tornar as conversas públicas pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL), Humberto Costa (PT-PE) e Fabiano Contarato (PT-ES). Eles cobraram o “escrutínio social e amplo das reais intenções de determinadas autoridades federais”.

A vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo, braço direito de Aras, afirmou em sua manifestação que os senadores estão tentando se “autopromover” em “pleno período eleitoral”. Ela argumentou, ainda, que os senadores não têm legitimidade para pedir acesso a informações sigilosas. Lindôra também acusa os parlamentares de tentar avançar sobre prerrogativas exclusivas dos órgãos de investigação.

A existência de conversas entre Aras e pelo menos um empresário alvo da ação da semana passada foi revelada pelo Jota. Conforme o site, Aras, que acumula a PGR com a Procuradoria-Geral Eleitoral, trocou mensagens com Meyer Nigri, dono da construtora Tecnisa, de quem é amigo. A interlocutores, o procurador-geral disse que estava “tranquilo”, pois os diálogos com Nigri foram “triviais” e tratavam de livros, obras de arte e vinhos.

A ação contra os empresários causou uma crise entre Moraes e Aras. O procurador-geral afirmou que só soube da operação quando ela ocorreu, no dia 23 último. Moraes rebateu e disse que a PGR foi intimada na véspera.

Na terça-feira (30), o ministro do Supremo Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de contas bancárias dos empresários atendendo a um pedido de Randolfe – a PF não fez a solicitação.

Com informações do jornal O Estado de S. Paulo

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