Suspeita é de que registros de vacinação de Bolsonaro, Cid e da filha mais nova do ex-presidente tenham sido forjados para obter certificado de vacinação

Jair Bolsonaro e Mauro Cid. Foto: Secom/PR

Nesta quarta-feira (3), a Polícia Federal (PF) prendeu, em Brasília, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no âmbito de uma investigação sobre falsificação de dados vacinais e inserção dessas informações nos sistemas do Ministério da Saúde. Além de Cid, Max Guilherme e Sergio Cordeiro, ex-assessores de Bolsonaro, também foram alvos da ação policial.

A PF também cumpriu mandado de busca e apreensão em um endereço do ex-presidente, como parte do inquérito das milícias digitais, que corre no Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com informações da GloboNews, Jair Bolsonaro deve prestar depoimento ainda nesta quarta-feira na Polícia Federal, e os telefones celulares dele e da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, foram apreendidos. A polícia cumpre ao todo 16 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.

Investigação

Segundo a PF, o grupo investigado pretendia manter uma coesão em relação a pautas ideológicas, atacando a vacinação contra a Covid-19. Os crimes em tese cometidos são de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

Há suspeita de que os registros de vacinação de Bolsonaro, Cid e da filha mais nova do ex-presidente, Laura Bolsonaro, tenham sido forjados para obter certificado de vacinação e viajar aos Estados Unidos.

Cid também está no centro de outra investigação da PF, envolvendo as joias avaliadas em mais de R$ 16 milhões recebidas por Bolsonaro como presente do governo da Arábia Saudita. As joias foram confiscadas pela Receita Federal, mas Cid tentou retirá-las duas vezes no aeroporto internacional de Guarulhos.