Em 2022, foram 18 candidaturas declaradamente LGBT+ eleitas para o legislativo brasileiro, conforme levantamento da organização VoteLGBT, sendo 16 são mulheres e 14 negras

Aumento do número de candidaturas LGBT+ é uma vitória para a democracia brasileira. Foto: Mídia NINJA

Por Mauro Utida

A representatividade LGBT+ dobrou nas eleições deste domingo (2) comparado com a anterior. Em 2022, foram 18 candidaturas declaradamente LGBT+ eleitas para o legislativo brasileiro, conforme levantamento da organização VoteLGBT.

O número é um recorde histórico e duas vezes maior que o obtido em 2018, quando foram eleitas 9 candidaturas LGBTs no Brasil.

Neste ano, o Psol foi o partido que mais elegeu representante LGBT+, com nove candidaturas. O PT é o segundo com quatro candidaturas, seguido pelo PCdoB com três e PDT com dois.

Enquanto 14 candidaturas foram eleitas para as assembleias legislativas dos estados, quatro candidaturas garantiram uma cadeira na Câmara dos Deputados, entre elas Duda Salabert (PDT-MG) e Erika Hilton (PSOL-SP), que fazem história ao ser as duas primeiras parlamentares trans do Congresso Nacional.

Conforme levatamento da organização, entre os LGBTs eleitos, 16 são mulheres e 14 negras. Confira ao final a lista das candidatas eleitas.

“Esta é uma grande vitória para a democracia brasileira. Não há democracia sem diversidade. Mostramos que existimos na população, a cada Parada do Orgulho, e agora em números recordes também nas urnas e como eleitas. Somos diversas e temos capacidade de fazermos mandatos com políticas para todos e também para nós”, afirma Evorah Cardoso, integrante do VoteLGBT.

O número de candidaturas também bateu recorde nestas eleições. Foram 317 LGBT+ que disputaram o pleito deste ano. O número foi mais que o dobro de 2018, quando foram mapeados pelo VoteLGBT 157 nomes.

“O sucesso das LGBT+ nas urnas é um recado bastante expressivo da população brasileira, que precisa ser lido dentro de um contexto maior, em que os eleitores mostram que querem não só mandatos diversos, mas também representativos, das pautas LGBT+, feminista, antirracista e indígena. Elegemos mandatos LGBT+ que são capazes de representar essas distintas pautas”, diz Evorah.

O mapeamento do VoteLGBT foi feito tanto a partir das candidaturas que autodeclaram sua identidade de gênero e orientação sexual quando se cadastraram na plataforma VoteLGBT. A apuração foi feita em parceria com a Agência Diadorim que checou em tempo recorde entre essas candidaturas aquelas que foram eleitas.

“É fundamental que a Justiça Eleitoral passe a coletar as informações de identidade de gênero e orientação sexual no momento de registro das candidaturas. Não é justo que o ônus de mostrar que existimos, somos sub-financiados e sub-representados na política brasileira recaia exclusivamente sobre nós LGBT+. Esse é um dever do Estado, que precisa ser assumido nas próximas eleições” conclui Evorah.

Confira as candidatas eleitas:

Deputada Estadual

Bella Gonçalves (Psol-MG)
Dani Balbi (PCdoB-RJ)
Dani Monteiro (Psol-RJ)
Drª Michele Melo (PDT-AC)
Ediane Maria (Psol-SP)
Fábio Felix (Psol-DF)
Guilherme Cortez (Psol-SP)
Leci Brandão (PCdoB-SP)
Linda Brasil (Psol-SE)
Monica do Movimento Pretas (Psol-SP)
Paula da Bancada Feminista (Psol-SP)
Rosa Amorim (PT-PE)
Thainara Faria (PT-SP)
Verônica Lima (PT-RJ)

Deputada Federal

Daiana Santos (PCdoB-RS)
Dandara (PT-MG)
Duda Salabert (PDT-MG)
Erika Hilton (Psol-SP)