Foto: Daniel Marenco

Além do alto índice de contaminação nos estados da região amazônica, a maior floresta tropical do mundo e as comunidades tradicionais que vivem nela também estão ameaçadas e podem sofrer ainda mais!

Enquanto o mundo reduz a velocidade e se fecha em isolamento social, os destruidores seguem atuando. Grileiros, madereiros, garimpeiros e missionários aproveitam o isolamento social e a diminuição das atividades de fiscalização para avançar em seus projetos de destruição.

Garimpo segue à solta

Estima-se que mais de 25 mil garimpeiros ilegais estão nas terras Yamami, onde já morreu um jovem de 15 anos vítima de covid-19 e possivelmente contaminado por homens que trabalham ilegalmente na extração de ouro na região próxima às aldeias.

Enquanto isso, na região que abriga a maior concentração de povos indígenas isolados em todo o mundo, a UNIJAVA – União dos Povos Indígenas do Vale do Javari denunciou a presença de uma balsa de garimpo na região leste da Terra Indígena Vale do Javari, mais precisamente em um afluente do rio Jutaí, o rio Curuena. Nesse rio habita um grupo de Korubo, que vive em isolamento voluntário em nossa região. Nessa mesma região já foram encontradas e destruídas mais de 60 balsas de garimpo ilegal em 2019 em uma ação com a participação da Funai, Ibama, Polícia Federal e Ministério Público Federal.

Desmatamento segue crescendo

Entre agosto de 2019 e abril de 2020, o desmatamento da Amazônia foi 94% maior do que nos 12 meses anteriores. Os dados são do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter-B), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgados pela WWF Brasil. Neste intervalo, a área desmatada na Amazônia totalizou 5.666 km².

Os últimos alertas do Deter indicam o desmatamento de áreas protegidas por lei no Pará e no noroeste de Rondônia. Entre elas estão os parques nacionais Mapinguari, Campos Amazônicos, Juruena e Acari.

Isolados estão ameaçados

Missionários da Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB), grupo que vem sistematicamente fazendo incursões em territórios indígenas com o objetivo de evangelizar povos contactados e não contactados, descumpriu mais uma vez a Constituição brasileira e ignorou recomendações da Funai e do Ministério Público Federal. Para ter acesso mais rápido e direto à terras em meio à floresta amazônica compraram um helicóptero e sobrevoaram a região do Vale do Javari, área que possui o maior concentração de povos em isolamento voluntário do mundo.

Após a repercussão do ato a Justiça Federal emitiu decisão contra a entrada e/ou permanência de missionários fundamentalistas da Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB) em suas terras indígenas, entretanto a ameaça segue já que estes grupos não costumam respeitar as leis.