Moraes afasta 7 policiais federais subordinados a Ramagem, que atuaram na Abin para espionagem ilegal
Ontem (25), uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga suspeitas de espionagem ilegal envolvendo políticos e autoridades públicas colocou Ramagem no centro das investigações
Sete policiais federais que atuavam na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foram presos na tarde de quinta (25). Eles atuaram sob chefia de Alexandre Ramagem (PL-RJ), que comandou a instituição durante o governo de Jair Bolsonaro.
Ontem (25), uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga suspeitas de espionagem ilegal envolvendo políticos e autoridades públicas colocou Ramagem no centro das investigações. As investigações também revelam que a estrutura da Abin foi usada para monitorar a promotora responsável pela investigação do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco.
Segundo informações reveladas durante a operação, as ferramentas e serviços da Abin teriam sido utilizados para monitorar ilegalmente governadores, membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outros políticos. A investigação aponta que sete policiais federais, todos próximos de Ramagem e da família Bolsonaro, foram afastados por suspeita de atuar na produção de relatórios apócrifos com o objetivo de criar narrativas falsas.
Entre os alvos identificados pela Polícia Federal estariam os ministros do STF, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o atual ministro da Educação do governo Lula, Camilo Santana, ex-governador do Ceará, entre outros.
Os policiais afastados foram identificados como Felipe Arlotta Freitas, Carlos Magno de Deus Rodrigues, Henrique César Prado Zordan, Alexandre Ramalho, Luiz Felipe Barros Felix e Marcelo Araujo Bormevet. Segundo informações, todos eles desempenhavam funções estratégicas na Abin e eram tidos como pessoas de confiança, crescendo profissionalmente durante o governo Bolsonaro.
Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes determinou a suspensão do acesso dos investigados à rede e sistemas da Polícia Federal, proibição de acesso ou frequência a qualquer dependência da corporação, além de impedir o contato entre os investigados e a saída do Distrito Federal sem autorização judicial.