Holocausto indígena nos anos de chumbo
Estes indígenas terminaram se tornando “desaparecidos” assim como tantos outros ao longo de todo o regime militar que se instalou no país entre as décadas de 60 e 80.
Estes indígenas terminaram se tornando “desaparecidos” assim como tantos outros ao longo de todo o regime militar que se instalou no país entre as décadas de 60 e 80.
Numa data em que recordamos o golpe que desencadeou esta escalada de matanças contra os povos originários, vemos muitas denúncias dos assassinatos e torturas sofridas pelos presos políticos durante período dos embates entre as forças de segurança e grupos guerrilheiros.
Porém pouco ou quase nada se fala do holocausto de milhares de indígenas neste mesmo período. Foram aldeias e até etnias inteiras exterminadas sob o rolo compressor do “progresso”. Afinal qual a diferença entre os dois casos?
Além do holocausto indígena ter alcançado um número de vítimas 20 vezes maior que o dos mortos na luta armada, é apenas a continuação de um processo de genocídio que já durava séculos e já alcançou proporções muito mais devastadoras em outras épocas. Também que o holocausto indígena não foi uma guerra, mas um massacre.
E o que eles tem em comum?
Bom, primeiramente que são todas vidas humanas e merecem o mesmo respeito e consideração. E também são todos vítimas de crimes políticos.
Os indígenas não se sublevaram contra o regime militar, mas as nossas simples existências por si só representam um ato político. Uma resistência e ameaça àquele regime e a qualquer outro que sustente esta ordem colonial de exploração e destruição.