“Chile acordou para não dormir nunca mais”, a frase que entoou nas ruas do Chile sintetiza a realidade do país que há um ano vive sua maior rebelião popular desde que o país voltou à democracia, em 1990. Foi o início de um processo de luta por profundas mudanças na sociedade chilena que começaram com a revolta por um aumento de 30 pesos no valor do transporte público e desencadeou em uma grande mobilização contra o regime do país, onde vigora até hoje uma constituição herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), uma das mais violentas do continente.

Há exato 1 ano, em 18 de outubro, os manifestantes deram início aos protestos que confrontam o atual presidente Piñera e geraram uma crise social sem precedentes desde que a ditadura acabou. Começando com panelaços por todo país, as mobilizações eclodiram também nas ruas e revelaram uma reivindicação mais profunda e que se intensificou com a dura repressão policial e a tentativa de calar quem estava protestando.

O Instituto Nacional de Direitos Humanos constatou 3.063 casos de violações dos direitos humanos por parte de agentes do Estado a partir de 18 de outubro de 2019, entre eles 460 pessoas com lesões oculares causadas por disparos de munição de borracha ou metal ou ainda por bombas de gás lacrimogênio. A Procuradoria Nacional contabilizou até janeiro 31 mortos nas manifestações.

A população chilena apoia as mobilizações, segundo uma série de pesquisas os protestos são apoiados por mais de 65% da população.

Hoje relembramos o marco de 1 ano do início dos protestos e reforçamos a luta do povo chileno que irá acompanhar nos próximos dias a votação de um plebiscito constituinte, vitória dos protestos, que definirá se a Constituição herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) será ou não alterada.

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