Vivi Reis. Foto: Mídia NINJA

Vivi Reis é alegre e carrega consigo a leveza de uma jovem progressista no cenário política de Brasília, onde atua como deputada federal pelo PSOL do Pará. Candidata a reeleição, ela quer continuar ocupando um espaço majoritariamente composto por homens brancos com seu corpo negro e assumidamente bissexual.

Natural de Belém, Vivi é filha de uma empregada doméstica e um trabalhador autônomo. Ela cresceu no bairro da Pedreira, na periferia da capital paraense, e apesar de toda dificuldade como mulher negra de chegar ao espaço da política, construiu sua trajetória de lutas no movimento estudantil na Universidade do Estado do Pará (UEPA), onde se formou como fisioterapeuta.

Em 2020, Vivi foi eleita vereadora de Belém com mais de dez mil votos, sendo a mulher mais votada da capital, mas acabou assumindo a vaga de deputada federal, com a eleição de Edmilson Rodrigues prefeito de Belém, na qual era suplente. Atualmente é a primeira deputada federal assumidamente bissexual na Câmara dos Deputados e está há um ano e meio realizando um trabalho de destaque.

Engajada na luta pela preservação da Amazônia e dos povos tradicionais, Vivi é vice-líder da bancada do PSOL na Câmara e também faz um trabalho em defesa do litoral brasileiro, comunidades quilombolas, negros e em defesa do cinema e o audiovisual brasileiro.

Para ela, é preciso abrir espaços para mulheres negras, indígenas e amazônicas que estão lutando pela Amazônia e que inspiram a resistência contra os grandes projetos de destruição da floresta e extermínio dos povos tradicionais.

“Me filiei ao PSOL para somar a uma luta maior e necessária em defesa da Amazônia e hoje estou conseguindo fazer esta militância na Câmara dos Deputados. É importante que possamos ter mais quatro anos de mandato para poder construir essas lutas para poder ser a pedra no sapato dos racistas, para poder ter uma voz feminina da Amazônia e também mostrar que o nosso lugar tem que ser o local da política”.

Vivi acredita que o povo vai conseguir tirar Bolsonaro do poder neste ano, mas avisa que no próximo ano as lutas não vão acabar. “2023 vai ser um ano que nós precisamos seguir muito mobilizados”.

Campanha de Mulher

Esta entrevista faz parte da Campanha de Mulher, projeto autônomo de visibilidade para candidaturas feministas da ELLA – Rede Internacional de Feminismos.

A Campanha de Mulher é um trabalho informativo voltado ao interesse público, não configurando assim uma propaganda eleitoral. Reafirmamos nosso comprometimento com a defesa da democracia e com as pautas defendidas pelas candidaturas progressistas.

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