Universidade pra quem? A luta de Millena para permanecer na UnB
Contrariando as estatísticas de um país pouco amigável com pessoas como a estudante, ela realizou o sonho de entrar na Faculdade de Direito da UnB.
Millena Silva, 19 anos, moradora de Ceilândia, no Distrito Federal, mulher, negra, pessoa com deficiência devido a uma paralisia cerebral, cadeirante e dependente da mãe. Contrariando as estatísticas de um país pouco amigável com pessoas como Milena, ela realizou o sonho de entrar na Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (FD-UnB).
O objetivo: virar delegada da Polícia Civil do DF.
Millena Silva vive em moradia
da universidade com Jocilia, sua mãe e a irmã mais nova,
de 11 anos.
No entanto, a UnB permite apenas um acompanhante por discente na Casa do Estudante Universitário – CEU – e por isso notificou Millena por infringir as regras do imóvel universitário. Diante do impasse, Jocilia e Millena cogitaram abandonar a universidade.
A história comoveu os alunos da Faculdade de Direito e de movimentos estudantis, que resolveram se mobilizar, chamar a imprensa e questionar a reitoria da UnB. E a mobilização deu certo: na tarde dessa terça-feira (28), Millena, sua mãe, dezenas de estudantes e jornalistas marcharam pelo campus Darcy Ribeiro e ocuparam a reitoria da instituição.
Foi quando veio o anúncio de que a universidade vai rever seu posicionamento e que permitirá a permanência de Millena, sua mãe e irmã no CEU.
A comoção tomou conta dos estudantes e da família de Millena, que cantaram pelos corredores da universidade :
“A nossa luta vale a pena, é de todo nos.”