Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a gestão de Jair Bolsonaro (PL) revela que durante a pandemia mais de 79 mil militares receberam indevidamente o Auxílio Emergencial. A informação foi divulgada pelo presidente interino do órgão, o ministro Bruno Dantas, em entrevista coletiva, nesta quarta-feira (16), no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, onde funciona o gabinete de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“No início do pagamento do Auxílio Emergencial, a lista dos beneficiários estava disponível apenas para o Ministério da Cidadania. O TCU identificou logo no primeiro mês, mais de 79 mil militares que recebiam indevidamente o benefício (…) Um dos critérios de elegibilidade era de que as pessoas fossem desempregadas, então quem era militar não podia receber aquele auxílio”, explicou Dantas.

Dantas ainda contou aos jornalista que, ao tomar conhecimento do dado supracitado, a primeira medida do TCU foi determinar ao Ministério da Cidadania que a lista com todos os beneficiários se tornasse pública, na internet, como mandam os manuais de transparência.

Má gestão do governo Bolsonaro

O gabinete de transição do governo Lula recebeu nesta quarta relatório da equipe técnica do TCU com uma Lista de Alto Risco (LAR) do governo Bolsonaro, citando 29 áreas críticas que precisam ser monitoradas e também submetida a controle externo.

O pedido da cópia do relatório foi feito pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), que coordenada o Gabinete de Transição, e atendido pelo presidente em exercício do TCU, Bruno Dantas.

Os dados consolidados pelo TCU revela informações sobre tomadas de contas, auditoria, inspeção, levantamento, monitoramento e outros documentos que podem ser importantes para o andamento do trabalho do equipe de transição.

Bolsa Família

O TCU também entregou um documento ao gabinete de transição de Lula em que avalia que o Bolsa Família é mais eficiente para reduzir a pobreza e a desigualdade social do que o Auxílio Brasil, programa criado no governo Jair Bolsonaro, que apresenta mecanismos para fraudar o recebimento do benefício.

“Algumas das conclusões que os auditores estão finalizando são de que o Auxílio Brasil tem incentivado o fracionamento de núcleos familiares, a fim de recebimento de recursos em volume maior, o que prejudica famílias que não podem ser decompostas numericamente, como por exemplo, uma mãe com dois ou três filhos pequenos”, disse o presidente do TCU.

“O programa Bolsa Família é o programa que de forma mais eficiente atinge o objetivo de combater a pobreza e reduzir a desigualdade social. Apresentamos conclusões nesse relatório mostrando que com volume de recursos menor o Bolsa Família consegue reduzir a pobreza num percentual maior do que qualquer outro programa.”

Com informações do Metrópoles, Agência Estado e Revista Fórum

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