Vanderley Cordeiro de Lima e o bronze que valeu ouro
O legado que um brasileiro deixou após um infeliz incidente
O legado que um brasileiro deixou após um infeliz incidente

Foto: Wander Roberto / COB
Por Mayara Silva
No dia da maratona dos Jogos de Tokyo 2020 realizado hoje no Japão (no dia anterior no Brasil), não há como ninguém esquecer, principalmente o torcedor brasileiro, do que aconteceu na maratona masculina nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004. Há exatos 17 anos, Vanderlei Cordeiro de Lima conquistava a medalha de bronze na maratona nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, na Grécia.
Vanderley, 35 anos na altura, se destacava na Maratona masculina e corria em busca da tão sonhada medalha de ouro olímpica, pois a maratona dos Jogos Olímpicos de 2004 era uma das provas mais cobiçadas. Mais de 100 anos depois, a prova regressava a Atenas e a lista de candidatos ao pódio era enorme, mas Vanderley não se intimidou e corria a maratona do jeito que tinha planejado com o seu treinador. O que ele não esperava, era que no quilômetro 35 da disputa ele seria atacado por um fanático religioso, um ex-padre irlandês Cornelius Horan.
Felizmente depois do susto, o atleta conseguiu voltar ao percurso por causa da ajuda do grego Polyvios Kossivas que assistia à maratona.
“O ataque foi uma surpresa para mim. Não pude me defender porque estava me concentrando na corrida. Não sei o que teria acontecido se o grego que me ajudou tão rapidamente não tivesse reagido da maneira que reagiu. Dou muito crédito a ele por sua coragem”

Foto: Edesporto
“Talvez as coisas pudessem ter sido diferentes, porque depois comecei a ter problemas, não conseguia concentrar-me. Foi muito difícil para mim terminar. Com meu espírito olímpico mostrei minha determinação e ganhei uma medalha”.
Esse espírito fez de Vanderlei um vencedor para muitos fãs do atletismo em todo o mundo. O ato heroico de continuar na prova, mesmo tendo sido agredido durante a corrida, e a demonstração de espírito olímpico o levaram a ser homenageado pelo Comitê Olímpico Internacional com a medalha Pierre de Coubertin a maior condecoração de cunho humanitária-esportiva concedida pela entidade.
O ex-atleta foi o escolhido para acender a pira olímpica na cerimônia de abertura das Olimpíadas Rio 2016, e esse momento foi outro marco histórico na sua vida.

Foto: Reprodução / Instagram
Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube