Um marco na política: a pré-candidatura de pessoa intersexo à Câmara de Vereadores da cidade de São Paulo
Segundo o Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), entre 0,5 e 1,7% da população mundial é intersexo, (dados de 2017). Isso representa cerca de 3,5 milhões de pessoas no país.
No cenário político contemporâneo, cada vez mais diversificado, cresce a importância da representatividade em espaços políticos. A minha pré-candidatura traz diversas bandeiras: mulher intersexo, negra, periférica, travesti, LGBTI+, positHIVa e candomblecista.
Eu também sou mestra em Ciências Sociais e poetisa; faço parte do projeto Bancada Feminista do PSOL; em 2020, fui eleita como co-vereadora na cidade de São Paulo e, em 2022, eleita como co-deputada de SP – com a candidatura de deputadas estaduais mais votada do Brasil: foram mais 250 mil votos! A Bancada Feminista deu frutos, a mandata virou um movimento e agora vou sair com a minha candidatura para, assim, aumentar o número de mulheres na política, dando mais um passo na ocupação feminista.
O feminismo que defendo é popular, antirracista, ecossocialista e trans-inclusivo. É fundamental ampliar a representatividade no parlamento: mais mulheres ativistas que defendem os direitos do povo trabalhador. Do projeto Bancada Feminista serão três candidaturas para vereadora na cidade de São Paulo e mais algumas candidaturas espalhas pelo estado.
Segundo o Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), entre 0,5 e 1,7% da população mundial é intersexo, (dados de 2017). Isso representa cerca de 3,5 milhões de pessoas no país.
Identidade e Representação
Segundo a definição do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos – ACNUDH, pessoas intersexo “nascem com características sexuais que não se encaixam nas definições tipicamente disponíveis para corpos masculinos ou femininos, podendo incluir características da anatomia sexual, órgãos reprodutivos, padrões hormonais e/ou cromossômicos”.
A minha pré-candidatura sendo abertamente de uma mulher intersexo, negra, periférica, travesti, LGBTI+, positHIVa e candomblecista na corrida eleitoral, não é apenas um passo adiante na luta pela visibilidade, mas também um testamento da crescente aceitação de que a diversidade de gênero e sexual existe, resiste e deve ser reconhecida e representada nos mais altos níveis de tomada de decisão.
Em 2020, fui a primeira pessoa intersexo eleita na América Latina e, agora, quero repetir esse feito. O tema da campanha é Arrasa, São Paulo, que tem a ideia central de ampliar espaços na Câmara dos Vereadores, defendendo uma cidade mais diversa, apoiando também a candidatura do Guilherme Boulos para prefeito.
Saiba mais sobre o manifesto de apoio à minha pré-candidatura através do site: https://carolinaiara.com.br/