Por Gabriel Duarte

A noite de Richarlison, atacante da seleção brasileira, hoje, em Yokohama, foi mágica. Pela primeira rodada do grupo D dos Jogos Olímpicos o Brasil enfrentou e venceu, por 4 a 2, a Alemanha em uma partida suada. Dos quatro gols marcados no jogo, três foram dele – e pela primeira vez na carreira o jogador atingiu tal feito em uma partida.

Mais que habilidade e esforço, Richarlison é carisma. E conhecido pela irreverência e sua clássica comemoração imitando um pombo, o brasileiro de Nova Venécia, no Espírito Santo, é coração.

Fora de campo, assim como dentro dele, é destaque. É engajado e se posiciona como poucos. Na crise pandêmica e hospitalar de Manaus, em janeiro deste ano, o jogador enviou dez cilindros de oxigênio para ajudar no caos sanitário que se instalava na capital amazonense. Ele também é embaixador do programa USP Vida, criado para receber doações para pesquisas na área de covid-19.

Com as queimadas no Pantanal, Richarlison não deixou de se posicionar e pediu atenção para o que estava acontecendo à fauna e flora brasileira. Da mesma forma, durante a crise de energia no Amapá, ocorrida no ano passado, Richarlison também usou seus holofotes e levou às atenções a quem precisava de ajuda no momento.

Os gols que o atacante marca, seja pelo Everton, seu clube, pela seleção brasileira ou pela seleção olímpica, provavelmente têm mais destaque que muitas das causas que apoia. Pra alguns, a propósito, tanto faz a forma como Richarlison atua fora de campo. Para esses, apenas se marca gols deva ser útil. Mas seu impacto para tantos outros, especialmente o impacto direto das ações que toma pensando em prestar apoio e cuidado à causas tão reais, urgentes e necessárias é ainda mais significativo.

Hoje, das Olimpíadas de Tóquio, o pombo voa, mas voa por si e pelo povo.