O Senado espanhol aprova lei para que a cultura seja declarada bem essencial
É uma grande vitória da democracia e do povo espanhol. E, um exemplo de como se combate a barbárie direitista que ameaça a democracia e a própria humanidade nos quatro cantos do mundo. Avançando, afirmando os fundamentos civilizatórios.
A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA.
A GENTE QUER COMIDA, DIVERSÃO E ARTE!
É uma grande vitória da democracia e do povo espanhol.
E, um exemplo de como se combate a barbárie direitista que ameaça a democracia e a própria humanidade nos quatro cantos do mundo. Avançando, afirmando os fundamentos civilizatórios.
Mas, diante desse acontecimento tão importante, não posso deixar de fazer o comentário:
Há quantos anos estamos dizendo que cultura é uma necessidade de primeira grandeza, como comida, habitação, saúde e meio ambiente saudável?
Desde que Lula foi eleito pela primeira vez, estamos tentando incorporar a questão cultural no projeto de nação, como um componente central do nosso desenvolvimento.
Tudo que fizemos no Ministério da Cultura foi a partir da consciência de que a arte e a cultura não podem ser tratadas como uma política setorial nem, muito menos, como uma política secundária, sem importância.
Não nos cansamos de dizer e continuamos a repetir, como um mantra, que cultura é uma dimensão da condição humana e um direito de todos!
Não é uma questão de esquerda ou direita, é uma opção entre civilização ou barbárie.
Não podemos continuar tratando a arte e cultura no Brasil como se fossem a cereja do bolo.
Não há humanidade sem cultura, não há nação, não há cidade, nem comunidade sem cultura. O acesso, sem restrições à cultura, possibilita o pleno desenvolvimento da condição humana de cada brasileiro e cada brasileira e é uma premissa para o desenvolvimento social e econômico e condição para construirmos relações sociais qualificadas.
E, um componente fundamental para uma democracia sólida no Brasil.
Mesmo nas condições mais difíceis, os seres humanos fazem e demandam cultura.
Mesmo em meio à pobreza e acossados pelos traficantes, pelas milícias e pela polícia violenta que chega para matar e impor o terror, as pessoas que vivem nas favelas e periferias das grandes cidades brasileiras precisam, fazem e demandam cultura. Todos os seres humanos precisam de arte e cultura para viver.
Os direitos culturais estão lá na Declaração dos Direitos Humanos, aprovada na ONU depois da segunda guerra mundial, como um referente civilizatório para toda a humanidade depois da vitória sobre a barbárie nazista.
Os neoliberais, direitistas de todas as matizes e fascistas que dão sustentação ao atual governo de extrema direita e que se articulam em torno de Bolsonaro, praticam uma política de terra arrasada e estão tentando destruir tudo que foi construído no país que signifique civilização, arte e cultura.
Extinguiram o Ministério da Cultura, estão solapando todas as instituições culturais do Estado brasileiro, o IPHAN, a Fundação Palmares, a Cinemateca Nacional, a ANCINE, o Fundo Setorial do Áudio Visual, FUNARTE e todas as demais.
Estão destruindo as políticas, os programas e os mecanismos pelos quais o Estado democrático manifesta sua responsabilidade com o desenvolvimento cultural do Brasil e promove, incentiva e garante o melhor ambiente possível para a criação, a arte e a cultura no Brasil.
O governo, com o apoio dos setores econômicos hegemônicos no país (setor financeiro, bancos, agro negócio etc…) estão destruindo as políticas culturais e os mecanismos de promoção da arte e da cultura construídas desde o governo de Getúlio Vargas e que teve um salto à partir da eleição de Lula como presidente do Brasil.
Estão tentando restabelecer a censura e estão perseguindo e molestando os artistas que são críticos e que defendem a democracia, a justiça social e que se colocam em defesa da natureza.
Qualquer projeto de retomada da democracia no Brasil tem que tratar a arte e a cultura com a importância que elas merecem.
Fico contente que a Espanha democrática e que derrotou o neoliberalismo nas urnas esteja dando esse passo exemplar de reconhecer a cultura como uma necessidade primordial e um direito básico. Exemplo para o mundo.
Viva a Espanha democrática!
Ao mesmo tempo, lamento a situação de imposição da bárbarie que estamos vivendo no Brasil! Venceremos, tenho certeza.
Espero que seja breve!