“Devido a minha formação militar e a minha trajetória como homem público tenho profundo amor e respeito pela Amazônia”. O pronunciamento de Bolsonaro na TV nesta sexta 23/08 parece uma redação escolar do “dia da árvore”, sem a inocência, sem o frescor das crianças no colégio. Mas o primarismo na leitura do teleprompter e no texto não escondem as gritantes contradições e o pensamento predador do presidente do Brasil. Mesmo visivelmente tenso e nervoso, tentando “moderar” seu discurso paranoico e tosco, o modelo dos “dias de fogo” foi reafirmado!

“A proteção da floresta é nosso dever. Estamos cientes disso e atuando para combater o desmatamento ilegal e quaisquer outras atividades criminosas que coloquem a nossa Amazônia em risco. ”

Além de não cumprir com o seu dever, desmontando todas as redes de proteção ao meio ambiente e mecanismos que inibiam a devastação, explicita logo adiante qual o modelo econômico (“não é incêndio, é capitalismo” dizem as redes) que rege seu governo e que está acima da vida e do meio ambiente:

“É preciso lembrar que naquela região vivem mais de 20 milhões de brasileiros que há anos aguardam um dinamismo econômico proporcional às riquezas ali existentes. (…) É preciso dar oportunidade a toda essa população para que se desenvolva junto com o restante do país. É nesse sentido que trabalham todos os órgãos do governo.”

Para além do discurso primário, de amor e respeito pela Amazônia, dados errados e a solução militarista para apagar incêndios reais e simbólicos, Bolsonaro retoma um argumento pernóstico, que foi o slogan da ditadura militar: “integrar para não entregar”.

Um anacronismo nacionalista que não tem mais eco em uma sociedade de redes globais. Eis seu programa mais nefasto: Vamos destruir a Amazônia em nome de um modelo desenvolvimentista predador que o mundo todo rejeita e combate!

A fumaça que cobriu São Paulo e transformou o dia em noite não foi estocada pelo PT, nem pelas Ongs e nem pela esquerda para ser liberada em 2019 e desmoralizar e questionar todo esse discurso anti ambientalista e que tem como base uma necropolítica.

Não existem esquerdopatas tocando fogo em florestas, foram os fazendeiros que promoveram o “dia do fogo”. O Brasil parece que virou o roteiro de “as sete pragas do Egito”. Mas as redes já disseram: “Não é o apocalipse, é o efeito colateral do teu voto”.

Não estão destruindo só o Brasil, mas o planeta! O Brasil virou o símbolo de uma distopia global. As reações, as sanções de países de todo o mundo contra o Brasil são uma resposta que penalizarão o país. Bolsonaro será derrotado pelo planeta, porque é isso: uma espécie de vírus ou doença da terra.

Esse governo não é apenas contra a Amazônia, é contra a Educação, é contra a cultura, é contra os povos indígenas, é contra as mulheres, é contra os negros, é contra a juventude das favelas, é contra o Brasil.

O Panelaço que se ouviu em todo o Brasil, inclusive em todos os bairros e cidades em que Bolsonaro teve uma grande votação, é muito significativo. Até a Terra Plana dá voltas!

Neste domingo atos em todo o Brasil vão incendiar as ruas e as redes em defesa da Amazônia. Esse sim, um fogo que tem que se alastrar! Nós também temos nossos dias de fogo para performar um incêndio contra esse governo.

Agora é o Planeta contra Bolsonaro. #Amazônia #queimadas #bolsonaro