
No Dia Internacional da Floresta, preservação é a palavra de ordem
Mais do que celebrar, precisamos ficar alertas, sobretudo, quando falamos em preservação ambiental e os riscos aos nossos biomas
21 de março é comemorado o Dia Internacional da Floresta e, mais do que celebrar, precisamos ficar alertas, sobretudo, quando falamos em preservação ambiental e os riscos aos nossos biomas. Há anos não vivenciamos dias tão quentes e tão secos simultaneamente. Este ano, o tema é “Floresta e Saúde”, destacando a conexão entre a saúde humana e a conservação desses biomas.
O ano de 2024 registrou um dos maiores períodos secos dos últimos 70 anos, segundo um levantamento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Algumas cidades chegaram a ficar 180 dias sem uma gota de chuva.
Os resultados são catastróficos e aparentes, como o aumento das queimadas no ano de 2024, justamente pela falta de precipitações durante a maior parte do ano. Segundo dados do MapBiomas, em 2024, o Brasil registrou 278.299 focos de incêndio e 17,9 milhões de hectares queimados, o que representa um aumento de 79% em relação a 2023.
Pela ordem, os biomas mais afetados foram Amazônia, com 17,9 milhões de hectares queimados, seguida pelo Cerrado (9,7 milhões), Pantanal (1,9 milhão), Mata Atlântica (1 milhão), Caatinga (330 mil) e Pampa (3.400 hectares).
Atualmente, as florestas cobrem uma área de 31% da superfície terrestre do planeta e são fundamentais para a saúde do meio ambiente, além de serem responsáveis pela absorção de Carbono; preservação da biodiversidade, abrigando cerca de 80% das espécies terrestres de animais, plantas e insetos; e também ciclo de águas e recursos naturais. As florestas são ecossistemas ricos que sustentam uma grande variedade de formas de vida, desempenhando papel vital para a humanidade.
O Dia Internacional da Floresta é uma oportunidade para reforçar o compromisso com a preservação das florestas e com a construção de um futuro mais sustentável. Com a colaboração de governos, empresas, povos e comunidades tradicionais, é possível combater a degradação ambiental e garantir que as florestas continuem a desempenhar seu papel vital na proteção do nosso planeta e na melhoria da qualidade de vida das gerações futuras.
Mas para celebrar efetivamente o Dia da Floresta é preciso colocar em prática algumas ações fundamentais para sua conservação. Dentre elas existe a necessidade de os governos implementarem políticas de conservação, sem deixar que interesses particulares “passem a boiada” nas nossas legislações; assim como a promoção de educação ambiental e conscientização, além de outras atividades diárias de preservação, que é a palavra chave do Dia Internacional da Floresta.
*Tainá de Paula é arquiteta, urbanista e ativista das lutas urbanas. É especialista em Patrimônio Cultural pela Fundação Oswaldo Cruz e Mestre em Urbanismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente é vereadora licenciada e Secretária Municipal de Meio Ambiente e Clima da Cidade do Rio de Janeiro.