Imagina se o Estado estivesse presente na vida desse menino?
Ao invés disso o Estado prefere mirar uma arma na cabeça dele porque ele é um vapor.
Olha que coisa.
Fui na padaria de manhã. Encontrei uma atendente super simpática. Estava pessoalmente mal-humorada por conta do trabalho e demandas domésticas, então não sorri como de costume. Ela estranhou.
Perguntou automaticamente:
“-Tudo bem dona Tainá?”
Eu: tudo @, eu estou preocupada com a vida, só isso, rs.
“Queria te agradecer, viu? Meu filho entrou naquele grupo lá. Eles estão lendo uma peça de meninos de rua. Nem sabia que ele gostava de ler”.
Eu: Ahhh, ele voltou pra casa? E o problema dele lá com o movimento?
“Ele tá morando com minha mãe em outro morro. Parou de andar com os “meninos”. Obrigada de verdade a senhora, viu? A senhora não teve preconceito quando eu falei e me ajudou.
O filho dela era vapor numa favela e falei pra ela tirar o filho de lá e ocupar a cabeça dele com atividades e assistência piscossocial. Dei o dinheiro das primeiras semanas de passagem.
Imagina se o Estado estivesse presente na vida desse menino? Ao invés disso o Estado prefere mirar uma arma na cabeça dele porque ele é um vapor.
Eu acho que nossa sociedade está com os esforços errados e valores invertidos.
Menos fuzis, mais livros.
Menos barbárie, mais Estado.
Continuo meio deprimida pela conjuntura, mas definitivamente meu dia melhorou e muito. Espero melhorar o seu depois dessa história.