Da HQ para tomada: a fonte de energia renovável dos quadrinhos
E se falarmos que um tipo de tecnologia tão geek e tão próxima de uma realidade cinematográfica que conhecemos tão bem poderia ser uma possibilidade real de um futuro próximo?
Energia é algo essencial atualmente. É o que permite a existência do modo e estilo de vida que possuímos. Devido a tamanha importância, estamos sempre buscando fontes de energia ideais, renováveis e limpas. Esse trabalho de pesquisa é feito essencialmente por pesquisadores e cientistas da área energética.
Quando pensamos em um cientista, pesquisador, geralmente do campo da física, nos remetemos ao estereótipo nerd geek de quem estuda muito e, também, gosta muito de super heróis, histórias em quadrinho e tem bonequinhos do homem aranha em casa. Bom, de certo modo, esse estereótipo é verídico na maior parte das vezes, um nicho de fato, salvo exceções.
Quando somos pequenos, muitas vezes descobrimos personagens ou histórias que nos encantam de forma a moldar nossa vida e vontades, influenciando mais tarde em nossas personalidades.
É muito comum que crianças se sintam diretamente influenciadas por super heróis e suas atitudes, falo por mim mesma inclusive, e isso é válido para muitos cientistas também. Puramente, muitos desses personagens são cientistas renomados, extremamente inteligentes, prodígios, engenheiros, que dedicam sua vida para salvar a humanidade através de seu trabalho. É assim com muitos personagens, como Dr Hank Pym, Senhor Fantástico e Howard e Anthony Stark. É um clássico, nos lembra muito a série The Big Bang Theory, onde os personagens protagonistas são todos físicos e/ou engenheiros afixados por cultura pop. Mas, o que essa influência geek gera na vida de muitos cientistas e pesquisadores reais?
Howard e Anthony Stark são pai e filho, respectivamente, além de gênios e bilionários. Anthony, ou Tony para os amigos, é popularmente conhecido como Homem de Ferro, e você com certeza já ouviu falar do Arc Reactor, a fonte de energia fundamental de sua estimada armadura.
O Reator Arc é muito mais forte do que podemos imaginar, realmente algo além da compreensão, alimentando a armadura inteira que conta com repulsores, micro mísseis, micro lasers. Uma fonte de energia única, limpa e extremamente renovável. Algo que nossa sociedade almeja muito atualmente.
Fazendo um paralelo com a realidade em que vivemos, muitos cientistas se inspiram nessas personagens e até mesmo em suas criações. O Reator Arc não é diferente, na verdade, é uma das maiores inspirações de projeto para muitos cientistas no mundo todo. E por isso mesmo se tornou uma possibilidade real: os cientistas e pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) desde 2015 estão estudando uma forma de se criar um Reator Arc parecido com o modelo desenvolvido pelos Stark.
O projeto desenvolvido pelo MIT Plasma Science and Fusion Center consiste em um compacto e em formato de rosquinha Reator de Energia por Fusão Nuclear, capaz de gerar enormes quantidades de energia.
O funcionamento parte de um princípio simples: fusão é um processo que consiste na junção de dois núcleos atômicos leves levando a formação de apenas um único núcleo atômico e à liberação de uma quantidade imensa de energia. Essa quantidade imensa de energia pode ser equivalente a 2 milhões de vezes a energia liberada na queima de um grama de carbono ou a energia liberada na queima de 20 toneladas de carvão, por exemplo, atividades prejudiciais ao meio ambiente.
Mas um Reator de Fusão não é uma coisa simples de se construir. E após construído, ainda é um enorme desafio colocá-lo em prática. Esse tipo de geração de energia requer temperaturas altíssimas e por isso os reatores existentes são apenas para o desenvolvimento de pesquisas, como as do MIT, acerca do tópico.
É produzido dentro do reator um incrível campo magnético onde fica localizado plasma (o quarto estado físico da matéria) com partículas subatômicas livres para a fusão. O problema está no controle desse reator e na suportação de temperaturas tão altas. Quando falamos nesse tipo de tecnologia, tamanho é documento e quanto menos, melhor. De fato seria muito difícil fazer algo parecido com o Reator que vai na armadura do Homem de Ferro (ou até mesmo do tamanho de uma pessoa inteira) e por isso, o menor reator por fusão nuclear possui cerca de 6,5 metros e se chama Tokamak e está localizado na República Popular da China, sendo financiado por mais de 10 países.
É memorável também que dentro das Indústrias Stark existia um Reator ARC em sua versão “grande” que alimentava o conjunto da indústria. Esse, ainda seria um Reator um pouco menor do que seu primo real, com cerca de metade do tamanho do grande Tokamak.
Há alguns anos atrás seria uma piada afirmar que esse tipo de tecnologia tão geek e tão próxima de uma realidade cinematográfica que conhecemos tão bem seria uma possibilidade real de um futuro próximo.
Esse futuro, inclusive, está muito mais próximo do que nós imaginamos,e talvez os quadrinhos tenham muito mais a nos ensinar sobre um futuro mais consciente e sustentável do que pensamos. Uma mensagem de esperança que só o universo geek pode nos proporcionar.