18 meses sem a maior Comic Con do mundo: a brasileira
Uma análise sincera e condizente à minha visão, de uma frequentadora do evento desde sua segunda edição em 2015, sobre as edições sa CCXP e o que cada versão já entregou.
Uma vez que colocamos o pensamento nas condições atuais de saúde, uma Comic Con Experience pareceu ser impossível de acontecer. Para análise sincera e condizente a minha visão, a visão de uma frequentadora do evento (desde sua segunda edição, em 2015), preciso antes analisar as outras edições e o que cada versão de CCXP entregou.
Na minha primeira CCXP, em 2015, consegui estar presente em apenas um dia, o segundo, uma sexta-feira. Cheguei na São Paulo Expo por volta de 9h da manhã e a fila do estacionamento ainda não era existente! A interação era na rua do São Paulo Expo e a energia já era surreal. Fui de cosplay de Lady Deadpool, auge dos meus 14 anos de idade, ansiosa e animada. Quando a interação entre a galera começou, nem estávamos dentro do pavilhão ainda! Muita animação, fotos, conversas! A alegria de ver outra pessoa com a camiseta do seu herói ou personagem predileto era imensurável. Lá dentro, muita fila. Mas muita emoção também. Até mesmo conheci meu Youtuber predileto em uma fila pro stand da Netflix, o Rafael Lange, Cellbit, que foi super simpático também. Fiz amizades que mantive até hoje.
O #VaiSerÉpico se tornou #FoiÉpico no primeiro instante fora do evento. What ‘s Going On o dia todo no karaokê, sai de lá cheia de promocionais dos meus filmes e séries prediletos. Ah, e a loja da Panini? Meu Deus! Foi surreal, comprei tantas HQs com capa em branco para desenhar da Marvel exclusivas do evento, e até mesmo uma edição limitada dos protocolos dos filmes do Homem de Ferro. Foi épico! Coisas que apenas uma Comic Con Experience presencial pode proporcionar. Mas você deve estar se perguntando, e os painéis? Pois é. A interação nos stands foi tão emocionante que não consegui assistir nenhum.
Já em 2018, minha CCXP foi bem diferente. Tirei um dia pra ficar com a galera, nos stands, jogamos os mini jogos da Warner, Netflix, Hersheys, Faber Castell, Disney, FOX, Globo, HBO. Ah! Rolou até Whisky de Game Of Thrones. Game arena checked, só os lolzeiros online. Já meu segundo dia foi Full auditório Cinemark. Gente, só quem viveu aquele auditório sabe. Tanta gente que você encontra, conhece lá dentro! Me sentei lado a lado, ombro a ombro, com o diretor de Harry Potter! Foi mágico. Mas fora isso, os painéis sensacionais. Orquestra para tocar a abertura de GOT, Arya Stark e Sam ao vivo!!!! Maria Casadevall, produtores da Globo falando sobre as próximas séries, foi tudo maravilhoso. Conteúdo incrível, geralmente mais atrativos para aqueles que já conhecem os filmes e as séries, querem saber o que está por trás de tudo que passa na telinha da TV ou do computador, conhecer os responsáveis, as pessoas que interpretam. É uma pegada diferente, mas de fato, para quem é fã. Para quem ama incondicionalmente e sabe tudo sobre o conteúdo, tem sede de mais. Mas também é pra quem quer mergulhar de cabeça e se tornar o fanático que tanto almeja.
Como Érico Borgo sempre fala, eu sou Fã, eu quero service! E é um imenso fanservice mesmo. A gente ama e tem orgulho de ser.
Nosso ano de 2020 já começou com as expectativas lá em cima para quem é fã de cultura geek. Os próximos passos do MCU e que será da Marvel sem o seu melhor vingador? rs. Além disso, WW84 e Mandalorian season 2 estariam por vir. Muita coisa no audiovisual nacional também. Estávamos todos bem animados para a primeira semana de dezembro. Com a pandemia do covid-19 tudo parece vir por água abaixo, mas o pessoal do Omelete deu aquele jeitinho brasileiro: Heróis do Sofá, Super Live Nerd e em julho recebemos a divulgação do CCXP Worlds. Já dava até pra ouvir no fundinho a música CCXP Theme do Slugshot, subir a emoção. O que o evento prometia? Ser épico.
Como no próprio site da CCXP fala:
“Que bom que você chegou até aqui.
Isso significa que você está no nosso mundo. A gente explica melhor.
No nosso mundo as coisas funcionam de um jeito diferente. Começa pelo nome que damos às coisas. O que os outros chamam de história, nós chamamos de saga. Uma trajetória de vida nós chamamos de arco. Enquanto muitos viram a página, nós permanecemos nela até sentirmos que é hora de virá-la. Deu para sacar a diferença?
Então vamos falar do nosso mundo: a CCXP.
No nosso mundo, os grandes estúdios e as grandes franquias trazem em primeira mão trailers especiais, cenas exclusivas e os principais astros do momento. Estamos falando de Disney, Warner, Netflix, Amazon Prime Video e muitos outros.
No nosso mundo você não apenas vive a saga, você fica frente a frente com os criadores delas. No Artists’ Alley, mais de 1800 ilustradores, roteiristas, coloristas e artistas gráficos já comercializam seus trabalhos, distribuíram autógrafos e interagiram com os fãs.
Mais uma característica especial do nosso mundo é que nele você pode ser o que quiser. A prova disso é que a CCXP é o ambiente ideal para os cosplayers expressarem seu hobby e sua arte, além de promover desfiles e um concurso com o maior prêmio da categoria do país. Você pode vir apenas para apreciar ou então para estar na pele do seu personagem favorito. A escolha é toda sua.
Daria ainda para falar dos superauditórios, dos estandes das grandes marcas ou do maior shopping geek do mundo, mas a gente acredita que não dá para resumir tudo que acontece no evento de cultura pop mais épico do Brasil apenas em um texto.
Porque, afinal, o épico não se escreve. O épico se vive.
CCXP. Para nós o mundo é assim.”
E tudo que rolou esse ano, foi épico. Dentre meus painéis prediletos: irmãos Russo e o futuro do MCU; Neil Gaiman; Irmão do Jorel; WW84 (alô Pedro Pascal em Mandalorian); Banca de HQ’s com o Load, Warner, HBO e Game Arena com o GP de Rocket League e gameplay de CSGO. Um mapa 3D interativo para transitar pelo evento, de forma virtual, claro, rs. Mas obviamente, o foco do evento eram os painéis. Não temos a parte calorosa da CCXP presente, a pandemia e o isolamento nos impedem. Mas isso deixou o evento menos épico, de fato? Bom, para quem não curte essa parte mais densa da cultura geek, os criadores falando, conversando, respondendo perguntas e contando o por trás de tudo, pode não ter sido como outras CCXP. E para quem teve a primeira experiência de CCXP na CCXP Worlds, pode ter se decepcionado um pouco.
Não podemos esquecer que esse ano o evento foi gratuito com a possibilidade de credencial física paga, e a credencial é uma coisa que marca nosso evento. Não ter esse contato caloroso quando você não teve a experiência presencial pode dar a impressão de que o evento talvez não seja lá essas coisas, mas, na verdade, é muito mais. Não dá pra resumir em palavras de fato. Porém, a CCXP Worlds não deixou de ser épica, e tocou cada fã de uma forma diferente, mas com certeza alegrou mais a alguns do que outros. Creio que seja mais uma questão da expectativa que criamos e de como essa expectativa se dá. Para mim, o evento foi maravilhoso e entregou muito mais do que eu esperava. Até na interação do chat de cada painel. Porém, para outros, pode ter decepcionado.
O que posso concluir da CCXP Worlds é que o evento foi extremamente bem construído, planejado e realizado pela galera do Omelete e toda a equipe presente. Todas as atrações foram bem exploradas, aproveitando cada minuto com todos os produtores, diretores, artistas, atores e criadores presentes. A interação rolou. Claro que, mesmo com um milhão de pessoas presentes, muitas não tiveram a oportunidade de acompanhar de perto. Mas dentro daquilo que era possível a CCXP cumpriu sua missão e o ano 2020 não deixou de ter um momento épico. Afinal essa é uma das paixões que nos movem. O universo geek está aí desde que me entendo por gente, e em meio a tanto caos que 2020 trouxe, a CCXP conseguiu nos dar uma esperança para dias melhores.
Foi épico.