A data de 17 de abril de 2017 marca um ano da votação pelo impeachment da Presidenta Dilma pela Câmara Federal, fruto, segundo o presidente do desgoverno, da vingança do então presidente da Câmara dos Deputados, o evangélico Eduardo Cunha, por não ter sido agraciado com o voto favorável do PT na comissão de ética que discutia o seu mandato.

Curiosamente, dia 17 de abril, neste ano, é o dia seguinte à comemoração, no ocidente, da Páscoa cristã, data que celebra o triunfo do amor e perdão divinos na ressurreição do Cristo.

No dia 17 de abril de 2016 muitos, em desrespeito aos fatos e à democracia, votaram contra a Presidenta, em nome de Deus, principalmente, os membros da chamada “bancada evangélica”. Não bastasse o absurdo de, em Estado Laico, invocar-se a figura de um deus para justificar um voto, hoje, até muitos dos que aplaudiram o tal absurdo nas ruas, sabem que se há uma figura religiosa que se poderia nomear como inspiração para aquele momento é a figura do diabo.

Neste ano vimos a ascensão dos acusados de corrupção, que passaram a controlar o Estado; vimos o congelamento dos investimentos em educação, saúde, moradia, infra-estrutura, e por 20 anos; vimos a terceirização radical que precariza o trabalho e desconsidera a CLT; vimos, diariamente, a perda de direitos por cidadania; vimos o desmonte da economia, o ataque à Petrobras, a entrega do pré-sal, a substituição do protagonismo internacional por uma política externa de subserviência; vimos a pujança econômica, que fez do país um dos principais membros do BRICS, e uma das maiores economias do mundo, ser substituída por mero entreguismo e destruição do parque produtivo nacional. Vimos a gloriosa República Federativa do Brasil ser transformada em mera Rupubliqueta de Bananas!

Neste ano vimos a luta contra a corrupção passar a ser controlada pelos mais prováveis réus, que, pela deposição da Presidenta que, de fato, capitaneou essa batalha contra a venalidade no Estado. Os mais acusados tomaram de assalto o país e transformaram, com apoio da grande mídia e, aparentemente, do próprio judiciário, que foi usado para dar “legitimidade” ao golpe, a luta contra a corrupção em luta descarada para salvá-los do efeito desse combate.

Uma morte depois, eles finalmente foram denunciados na lista do Juiz do Supremo… poderão ser investigados. Onde isto os levará só os que viverem verão!

Enquanto isso a grande mídia continua a campanha para a destruição de uma mais notáveis biografias que já ocuparam o poder democrático nesse país, a biografia do Sr. Luis Inácio Lula da Silva. O objetivo é um só: impedir que os trabalhadores voltem a disputar o poder no país. Aos trabalhadores, cada vez mais, está destinado o trabalho análogo à escravidão!

Tudo isso foi deflagrado por essa votação no dia 17 de abril de 2016, pelo que ela decidiu, pela forma como decidiu, e por todo o processo desonesto e maligno que a tornou possível! Este dia deveria ser marcado como o dia da Vergonha Nacional!