Nos últimos três anos, resgate de pessoas em escravidão disparou no Rio Grande do Sul
Cerca de 74% dos trabalhadores em escravidão resgatados são pretos e pardos, mais de um terço tem entre 18 a 24 anos, e nove em cada 10 são homens.
Cerca de 74% dos trabalhadores em escravidão resgatados são negros
A partir de 2021, o estado Rio Grande do Sul viu disparar o número de pessoas libertadas pelo poder público em condições análogas à escravidão. Os registros tinham sido mantidos em patamares baixos de 2013 a 2020, mas cresceu a partir do segundo ano do governo de extrema direita de Jair Bolsonaro.
O recorde foi no início de 2023, quando em Bento Gonçalves foram resgatados 208 vítimas de trabalho escravo em vinícolas. Os resgates foram realizados em fazendas que prestavam serviços para as vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi e Salton. O vereador Sandro Fantinel defendeu o trabalho escravo, foi expulso do próprio partido (Patriota) e incluído em um processo de cassação na Câmara Municipal de Caxias do Sul.
Em 2022, foram resgatadas 156 pessoas exercendo trabalho escravo. Em 2021, foram encontradas 76 trabalhadores nas mesmas condições. De 2013 a 2020, esse número subiu para 107, conforme dados do Ministério Público do Trabalho (MPT), publicados com exclusividade pelo Uol.
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O retrato da escravidão no Rio Grande do Sul
Cerca de 74% dos trabalhadores em escravidão resgatados são pretos e pardos, mais de um terço tem entre 18 a 24 anos, e nove em cada 10 são homens.
Conforme o levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego, 22% estudaram até o 5º ano, 19% tem o ensino fundamental e 3% eram analfabetos.